Valletta, a capital de Malta, é uma cidade fortificada localizada na costa leste da ilha principal. Fundada em 1566 pelos Cavaleiros de São João após o Grande Cerco de Malta de 1565, Valletta recebeu o nome de Jean Parisot de Valette, o Grão-Mestre da Ordem que liderou a defesa da ilha. A cidade é conhecida por sua arquitetura barroca, com edifícios históricos, igrejas, palácios e fortificações que testemunham sua história militar e religiosa.

Valletta é um Patrimônio Mundial da UNESCO e seu acesso é facilitado por um terminal de ônibus central localizado próximo à entrada principal, conectando a capital a diversas partes da ilha. Na entrada da cidade está a Fonte do Tritão, uma grande fonte com esculturas de três tritões, assim como um imponente portão que se integra às muralhas fortificadas construídas no século XVI pelos Cavaleiros de São João. Logo ao passar pelo portão, está o edifício moderno do Parlamento de Malta, concluído em 2015.
A Co-Catedral de São João (St. John’s Co-Cathedral) é um dos monumentos mais emblemáticos da cidade, construída pelos Cavaleiros da Ordem de São João entre 1572 e 1577 sob a supervisão do arquiteto maltês Gerolamo Cassar. Originalmente dedicada a São João Batista, padroeiro da Ordem, a igreja foi elevada ao status de co-catedral em 1816, compartilhando o título de catedral com a Catedral de São Paulo em Mdina, que é a sede tradicional do arcebispo de Malta. Ela é famosa por seu interior ricamente decorado em estilo barroco, incluindo a obra “A Decapitação de São João Batista”, uma das maiores pinturas do artista italiano Caravaggio, localizada na Oratório da catedral. Além disso, o piso da catedral é coberto por mais de 400 lápides de mármore intrincadamente trabalhadas que marcam os túmulos dos Cavaleiros de São João.
O Palácio do Grão-Mestre (Grandmaster’s Palace) servia como residência oficial dos Grão-Mestres da Ordem de São João a partir do século XVI. Construído em 1571 por iniciativa do Grão-Mestre Jean de La Cassière, o palácio passou por várias expansões ao longo dos séculos. Durante o período colonial britânico, o palácio funcionou como sede do governo. Atualmente, ele abriga a Presidência da República de Malta e a Câmara dos Deputados. O edifício é conhecido por seus amplos salões, galerias decoradas com tapeçarias flamengas do século XVIII e pela sua coleção de armaduras e armas expostas na Armeria do Palácio. Além de suas funções oficiais, parte do palácio é aberta ao público, oferecendo uma visão detalhada da história política e militar de Malta.

O Museu Nacional de Arqueologia (National Museum of Archaeology) está instalado no Auberge de Provence, uma edificação do século XVI que originalmente serviu como residência dos Cavaleiros de São João provenientes da Provença. O museu abriga uma vasta coleção de artefatos que narram a história pré-histórica de Malta, com exposições que abrangem desde o período Neolítico (5200-2500 a.C.) até a Idade do Bronze (2500-700 a.C.). Entre os itens mais significativos estão as estatuetas da “Dama Adormecida” e da “Vênus de Malta”, que são exemplos da habilidade artística das antigas civilizações maltesas. O museu também exibe ferramentas de pedra, cerâmicas, joias, e outros artefatos que ajudam a contextualizar a evolução cultural e tecnológica da ilha ao longo dos milênios. O edifício em si é um exemplo notável da arquitetura barroca, com interiores ornamentados que complementam as exposições históricas.
O Auberge de Castille foi originalmente construído no século XVI para servir como residência dos Cavaleiros de São João da língua de Castela, Leão e Portugal, uma das oito divisões da ordem. Localizado na parte alta da cidade, o edifício foi amplamente remodelado em estilo barroco durante o mandato do Grão-Mestre Manuel Pinto da Fonseca no século XVIII, ganhando sua aparência atual com uma fachada rica em detalhes ornamentais. Atualmente, abriga o escritório do Primeiro-Ministro de Malta.

O Fort St Elmo é uma fortificação histórica localizada na entrada do Grand Harbour. Construído originalmente no século XVI pelos Cavaleiros da Ordem de São João, o forte desempenhou um papel crucial durante o Grande Cerco de 1565, quando resistiu aos ataques dos otomanos. Hoje, o Fort St Elmo abriga o Museu Nacional da Guerra de Malta, que oferece aos visitantes uma visão abrangente da rica história militar da ilha, desde a época dos Cavaleiros até a Segunda Guerra Mundial. O museu exibe uma coleção impressionante de artefatos, incluindo armas, uniformes, veículos militares e documentos históricos.

O Is-Suq Tal-Belt, conhecido como Valletta Food Market, é um mercado histórico que remonta ao século XIX e foi renovado para se tornar um centro gastronômico, oferecendo uma ampla variedade de comidas tradicionais maltesas e internacionais. Entre as especialidades locais que podem ser experimentadas no mercado está a ftira, um pão tradicional maltês, semelhante a uma focaccia, geralmente recheado com ingredientes como tomate, anchovas, azeitonas, alcaparras e batatas, refletindo os sabores mediterrâneos típicos de Malta.
Outra iguaria popular gastronômica é o pastizzi, um pequeno pastel folhado recheado tradicionalmente com ricota ou ervilhas, sendo um dos lanches mais icônicos e acessíveis da ilha. Já dentre os doces está o imqaret, um doce frito recheado com tâmaras, aromatizado com anis e outros temperos, e que é um exemplo clássico das influências árabes na culinária maltesa.
Os Jardins Upper Barrakka oferecem vistas panorâmicas do Grand Harbour (Grande Porto) e das Três Cidades. No mesmo local está a Saluting Battery, uma antiga bateria de canhões construída no século XVI utilizada historicamente para saudar navios e marcar eventos importantes. Ainda hoje realiza disparos diários (de modo geral, um disparo ao meio-dia e outro às 16h) como atração turística e homenagem às tradições militares de Malta. Você pode assistir gratuitamente do terraço superior ou pagar uma quantia para observar mais de perto, com explicações de todo o procedimento.

As Três Cidades são Vittoriosa (Birgu), Senglea (L-Isla) e Cospicua (Bormla), localizadas ao longo das margens do Grande Porto, em frente a Valletta. Essas cidades fortificadas desempenharam papéis significativos durante o Grande Cerco de 1565. Elas são conectadas por balsas regulares que cruzam o Grand Harbour entre o porto de Cospicua e o Fort Lascaris, em Valletta. Na capital, existe uma conexão via elevador entre a região baixa junto ao Fort e o Barrakka Lift, gratuita para quem usa o Tallinja Card e com um valor bem baixo pago a parte, com direito a viagem de retorno.
Em várias cidades maltesas, é comum ver muitas bandeiras hasteadas, particularmente durante festas religiosas e celebrações locais conhecidas como “festas”. Essas bandeiras geralmente representam santos padroeiros, as paróquias locais, ordens religiosas, e, em alguns casos, símbolos históricos como as bandeiras dos Cavaleiros de São João. As festas são eventos comunitários significativos em Malta, celebrando o padroeiro da cidade ou da paróquia com desfiles, procissões, fogos de artifício e decorações abundantes.

Cospicua, a maior das três, é conhecida por suas muralhas duplas, conhecidas como Cottonera Lines e Santa Margherita Lines. Birgu é a mais antiga das Três Cidades, servindo como a primeira sede dos Cavaleiros de São João antes da fundação de Valletta. Senglea, também fortemente fortificada, é famosa pelo Forte de São Miguel, construído para reforçar as defesas durante o Grande Cerco.
Birgu é a cidade com mais atrações. o Palácio do Inquisidor foi construído no século XVI e serviu inicialmente como sede da corte civil e tribunal de justiça. Em 1574, foi transformado em residência oficial do Inquisidor de Malta, um representante do Vaticano encarregado de manter a fé católica. O palácio abrigava prisões, salas de audiências e capelas, sendo utilizado até o fim da Inquisição em 1798.
O Museu Marítimo de Malta, também em Vittoriosa, ocupa o antigo Edifício da Cozinha Naval, que fazia parte do complexo da Ordem de São João. O museu exibe artefatos que narram a história naval de Malta desde os tempos antigos até o presente. Entre suas peças mais notáveis está uma carta escrita por Napoleão Bonaparte em 1798, na qual ele informa as autoridades maltesas sobre a invasão francesa e suas intenções de transformar a ilha em um território francês.
O Fort St. Angelo está localizado na península de Birgu e tem origens medievais. Foi significativamente fortalecido pelos Cavaleiros da Ordem de São João no século XVI e desempenhou um papel crucial durante o Grande Cerco de Malta em 1565, quando os Cavaleiros repeliram as forças otomanas. Posteriormente, o forte continuou a ser uma instalação militar usada por várias potências, incluindo os britânicos, até ser desmilitarizado. Hoje, o forte é um patrimônio histórico e está parcialmente aberto ao público.