De modo geral, a poluição pode ser entendida como a introdução de substâncias ou energia no ambiente pelo ser humano, de modo direto ou indireto, provocando um efeito negativo no seu equilíbrio, causando assim danos à saúde humana, aos seres vivos e aos ecossistemas. De acordo com a Cetesb, considera-se poluente atmosférico “qualquer substância presente no ar e que, pela sua concentração, possa torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, causando inconveniente ao bem estar público, danos aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade”.
Os principais poluentes e seus efeitos na saúde humana podem ser vistas no post Relógios de rua e qualidade do ar e na tabela a seguir. Particularmente sobre o ozônio, consulte o post Ozônio e poluição.
Gases e partículas finas, ao serem inalados, entram nos pulmões e inflamam os tecidos, podendo causar câncer de pulmão, doenças pulmonares obstrutivas crônicas e infecções respiratórias, incluindo pneumonia. Também atingem sistema cardiovascular e outros órgãos, podendo causar acidentes vasculares cerebrais e doenças cardíacas. O nível de certeza de que a poluição do ar pode causar câncer é igual ao de tabaco e amianto.
Nove em cada dez pessoas no mundo respiram ar contaminado, o que provoca sete milhões de mortes anuais por causas relacionadas à poluição segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o mesmo levantamento fala em 50 mil mortes por ano, mas alguns pesquisadores acreditam que o número pode ser maior.
Segundo pesquisas do médico patologista Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da USP, o morador de São Paulo perde em média um ano e meio de vida por causa da poluição. No estado de São Paulo, por volta de 14 mil pessoas morrem precocemente pelo mesmo motivo – 70 mil no Brasil e 7 milhões no mundo, pelo menos. Viver na capital paulista seria equivalente a fumar até quatro cigarros por dia – depende da proximidade e tempo de permanência próximo às fontes emissoras.
No entanto, excetuando a proximidade e ambientes fechados, o tabaco costuma ser uma escolha individual de fonte de poluição. E assim como a indústria tabagista e todos os ramos econômicos associados a essa atividade, as pessoas físicas e jurídicas que geram poluição também relutam em alterar seus costumes e rendimentos.
Para cada unidade de lucro na cadeia produtiva do tabaco, perdia-se seis no custo de saúde no Brasil. Ou seja, estava-se subsidiando esse lucro com vidas humanas e dinheiro – muitas vezes público. Em outra palavras, existe uma privatização de lucros e coletivização de prejuízos. E na poluição é a mesma coisa: ao combater a poluição, existe uma melhora geral da saúde e também redução da emissão de gases causadores de efeito estufa. No entanto, a melhora é rápida com efeitos positivos locais, tanto em saúde como na economia.
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