Em 1990, foi lançado o filme britânico/estadunidense Convenção das Bruxas (The Witches). Misturando fantasia e terror, é baseado no romance de mesmo título infantil de Roald Dahl. A história apresenta bruxas malvadas que se disfarçam de mulheres comuns e transformam crianças em ratos, e um menino e sua avó precisam encontrar uma maneira de frustrarem seus planos.
O trecho a seguir é uma transcrição da dublagem (adaptada levemente para um texto escrito) da história inicial, contada pela avó a seu neto, para apresentar como as bruxas são e agem. Depois de conhecer essa história, quando olhar para pinturas de fazendas e pastagens, secretamente você vai buscar alguém por lá.
Quando era pequena, morei ao lado de uma garota chamada Érica, que foi raptada por uma bruxa. Seus pais eram muito severos. Mas nem isso salvou a pobre Érica… porque, quando a bruxa escolhe a vítima, só há uma chance: saber sobre ela tudo que estou contando pra você.
Estou avisando… O que a torna perigosa é o fato de não parecer perigosa. Você nunca sabe se é uma bruxa ou uma bondosa senhora.
– Érica.
– O que achou do meu quadro?
– Magnífico, papai.
– Vá ao Larsen’s e compre um litro de leite.
– Sim, papai.
– Venha direto pra casa.
– Está bem.
Bruxas de verdade odeiam crianças. Bruxas de verdade são carecas. Elas usam perucas que coçam e causam erupção no couro cabeludo. Você sabe o que é isso?
Coceira debaixo da peruca. Deve deixá-las malucas. Elas são horrendas atrás da máscara humana. Elas só podem ser diferenciadas das mulheres comuns se você conseguir ver o tom
arroxeado nos olhos delas. Bruxas de verdade não têm dedos nos pés. As pontas são quadradas. Tocos repugnantes no lugar dos dedos. Elas nunca usam sapatos bicudos ou bonitos apenas sapatos simples e confortáveis.
Não esqueça. Talvez se a Érica soubesse…
Pobre Érica. Procuraram durante semanas. Mas as bruxas não matam crianças com facas ou armas. Assim a pessoa é pega, mas as bruxas nunca são pegas. Procuraram nas imediações.
Toda a cidade procurou, mas ela desapareceu totalmente.
Fui à casa da Érica seis semanas depois.
– Bom dia, Sra. Larsen.
– Entre, Helga. Pegue bolo.
Eu era a melhor amiga dela quando ela sumiu. Naquele dia, enquanto a mãe da Érica servia o café, o pai dela caminhou na nossa direção. Parecia que ele tinha visto um fantasma. Com o rosto todo contorcido, ele andou até o quadro atrás de mim.
Lá, como se sempre tivesse estado lá, estava Érica, presa na pintura, olhando para nós.
Muitas vezes a vi no quadro. Mas o curioso é que a Érica ficava mudando de posição no quadro. Num dia, ela alimentava os patos. No outro, estava dentro da casa, olhando pela janela.
Ninguém a via andando pelo quadro. Ela era sempre uma figura, imóvel na pintura. Com o passar dos anos, a Érica também foi crescendo. Apenas 5 ou 6 anos atrás, a velha senhora que a Érica se tornou, curvada e frágil, começou a desaparecer. Até que, numa manhã, ela se foi.
Ela morreu? Vai saber. Coisas misteriosas acontecem no mundo das bruxas.
Este foi um verdadeiro trauma de infância! Assisti esse filme com 5 anos de idade, e depois disso milhares e milhares de vezes no VHS…
Marcou minha infância também, essa história assustava! Mais que o resto do filmes rs
Eu acho que a Érica morreu dentro do quadro, e depois desapareceu, mas o curioso é como ela foi parar ali