A sigla OVNI designa um Objeto voador não identificado (UFO em inglês, de unidentified flying object), que basicamente é um objeto ou luz visto no céu (ocasionalmente em terra ou sob o mar) que não consegue ser identificado pelos observadores com os meios de exame ao seu dispor. Após alguma investigação, a maioria se revela sendo fenômenos naturais – particularmente alguns próprios da atmosfera.
Com relação à parcela dos relatos não explicados, muitos alegam terem observado aeronaves extraterrestres, mas não existe ainda evidência científica para suportar a ideia de uma origem fora da Terra. Esse não é o objetivo deste post, e sim listar possíveis causas já conhecidas pela humanidade. Partindo do que já se conhece através da ciência é um caminho mais fácil na tentativa de explicar novas observações. Para uma discussão maior a esse respeito, consulte os posts Combatendo mitos e sobre as principais obras de Carl Sagan.
Dentre os vários documentários que tratam de OVNIs, é comum levantarem explicações sobre o que seria cada fenômeno observado. Alguns deles estão ligados à astronomia e veículos aeroespaciais, como:
- o planeta Vênus, visível próximo ao horizonte durante o nascer e pôr-do-sol;
- Estação Espacial Internacional, brilhante no céu e com um movimento rápido;
- lançamento de foguetes e mísseis, o que deixa alguns rastros no céu que podem ser vistos a longas distâncias;
- lixo espacial (resultado de operações humanas no espaço que se encontram em órbita ao redor da Terra) ou meteoroides (fragmentos de matérias sólidas que vagam no espaço) que entram em combustão ao sofrer atrito com o ar quando penetram na atmosfera terrestre;
- aeronaves, como aviões em altitude de cruzeiro, helicópteros ou drones.
Os aviões também podem deixar um rastro no céu ao passarem sob certas condições atmosféricas, o que é conhecido como trilha de condensação – veja mais no post Chemtrails e contrails.
Balões de ar quente e lanternas chinesas também podem gerar confusão ao serem avistados. Já os balões meteorológicos são lançados de aeroportos e centros de pesquisa para se conhecer o perfil vertical termodinâmico da atmosfera. Um balão meteorológico é formado por um balão preenchido por hidrogênio ou hélio que carrega instrumentos para enviar informações sobre pressão atmosférica, temperatura, umidade e velocidade do vento por meio de um pequeno dispositivo de medição dispensável chamado radiossonda. Devido ao grande volume e reflexão luminosa, o balão pode chamar atenção no céu.
Certas nuvens também podem ganhar um formato mais volumoso e com traços lisos, dando a impressão de um objeto artificial. É o caso de nuvens lenticulares, geralmente formadas pelo fluxo de ar próximo a montanhas – veja mais no link. Nuvens iridescentes, coloridas devido à dispersãoda luz solar, também podem gerar confusão, assim como halos e auroras – veja mais no post Os mais belos fenômenos atmosféricos.
Ainda existem fenômenos formados por eletricidade atmosférica que são misteriosos em vários aspectos e necessitam de mais estudos para uma boa compreensão. Um exemplo é o raio bola: uma descarga elétrica luminosa em forma circular, constituído de plasma ou gás ionizado e apresenta uma certa estabilidade durando alguns segundos. Outro são os sprites, jatos e elves, clarões decorrentes da excitação das moléculas do ar por elétrons acelerados pelos campos elétricos associados aos raios. Eles podem aparecer no topo de nuvens de tempestade, por isso somente são observados a grandes distâncias, geralmente a partir do topo de montanhas – veja mais no post Eventos luminosos transientes.
Histórias sobre luzes difusas em forma de disco que parecem pairar logo acima do horizonte podem ser encontradas em várias culturas aborígenes anteriores à colonização européia da Austrália. Conhecidas como “Min Min lights“, é dito que as luzes às vezes seguem ou se aproximam das pessoas e desaparecem quando disparadas (às vezes muito rapidamente), apenas para reaparecer mais tarde. Não se sabe se as luzes Min Min são um fenômeno real e, em caso afirmativo, qual pode ser sua fonte. Dentre as hipóteses, estão a bioluminescência de insetos, combustão de gás metano emitido naturalmente e Fata Morgana: miragem causada por uma grande diferença de temperatura entre as camadas de ar, que faz com que luzes remotas ou objetos realmente além do horizonte apareçam visíveis acima do horizonte, muitas vezes com distorção considerável. Neste caso, a luz refratada pode ter sido geral pelo farol de carro ou outra fonte de luz na região.
Outros fenômenos, como o anel negro/branco de nuvens, nuvens em formatos estranhos, pilar brilhante e Fata Morgana podem ser vistos no post Mistérios explicáveis no céu.