Será que a tomada é 110 ou 220? Será que está funcionando (e corretamente)? Será que a pilha ainda está boa ou já está na hora de trocar? E a lâmpada? Essas e muitas questões podem ser respondidas através do uso de um equipamento barato (pode ser adquirido em casas de material de construção, sendo o modelo da foto abaixo um dos mais baratos) e uso: o multímetro. Veja mais sobre suas características e usos a seguir.
Em sua maioria, os Multímetros digitais são separados para medir grandezas em corrente contínua (DC ou CC, cujo símbolo é um traço reto reto contínuo e outro paralelo e tracejado) e em corrente alternada (AC ou CA, cujo símbolo é um “til”). A corrente contínua é o fluxo ordenado de elétrons sempre numa direção e constituída pelos pólos positivo e negativo, gerado por baterias e pilhas. Já a corrente alternada é uma corrente elétrica cujo sentido varia no tempo e composta por fases (e, muitas vezes, pelo fio neutro), sendo encontrada nas tomadas da rede elétrica.
Os multímetros são vendidos com duas ponteiras (também chamadas pontas de prova), que são dois fios (um preto e um vermelho) com pontas de metal. A preta deve ser conectada no ponto do multímetro indicado com GND ou COM (este é o chamado “terra”). A ponta de prova vermelha pode ser ligada em outras entradas, mas para a maioria das medidas realizadas, a ligação é feita no ponto indicado com V-W-mA.
Uma chave rotativa é usada para selecionar o tipo de medida elétrica a ser feita:
- V – Tensão DC/AC – função conhecida como voltímetro (mede volts)
- mA – Corrente DC/AC – função conhecida como amperímetro (mede amperes)
- W (ou a letra ômega maiúscula do alfabeto grego, que parece uma ferradura) – Resistência – função conhecida como ohmímetro (mede ohms)
- Temperatura, Diodo (LEDs), Capacitância, Indutância, Frequência, Teste HFE, Teste Linha Viva, Auto Desligamento, Teste de Bateria, Data Hold e Precisão Básica.
Escala
Para cada grandeza elétrica existem várias escalas, conforme a intensidade do que for ser medido. Por exemplo, entre as várias posições da chave rotativa, podem existir algumas específicas para as seguintes faixas de voltagem: 200 mV, 2 V, 20 V, 200 V e 2000 V. Para medir a tensão da bateria da placa de CPU (em torno de 3 volts), não use a escala de 2 V, pois tensões acima de 2 V serão indicadas como 1,9999 V. Escolha então a escala de 20 V, pois terá condições de fazer a medida esperada. Quando não temos ideia aproximada da tensão que vamos medir, devemos começar com a escala de maior valor possível, pois se medirmos uma tensão muito elevada usando uma escala baixa, podemos danificar o aparelho.
Além do símbolo da grandeza relacionada, podem aparecer os múltiplos associados à unidade de medida, sendo os mais comuns o quilo (k, que indica mil), mega (M, que indica um milhão), e mili (m, que indica a milésima parte).
Exemplos
Medir tensão da tomada (“110 ou 220 ?”) – colocar cabos (preto no COM e vermelho em V-W-mA), girar disco para corrente alternada (AC), usar escala no maior valor disponível (750 V, por exemplo), encostar as partes de metal das pontas de prova no metal do interior da tomada, uma em cada buraco. O valor que aparecer no mostrador é a medida de tensão. Pode não marcar exatamente o valor porque a rede elétrica não é constante – pode inclusive mostrar que a tensão está muito abaixo do que o normal, e que os aparelhos estão funcionando com tensão abaixo da qual foram projetados e serem danificados a curto ou médio prazo.
Medir tensão da pilha (“será que a pilha está boa?” ou “será que a bateria do carro está descarregada?”) – colocar cabos (preto no COM e vermelho em V-W-mA), girar disco para corrente contínua (DC), usar escala em 20 V, encostar as partes de metal das pontas de prova no metal das pontas da pilha. O valor que aparecer no mostrador é a medida de tensão. Pode não marcar exatamente o valor porque existe uma incerteza na medida. Se estiver perto do valor nominal (1,5 V, 5V, 9V, 12V no caso da bateria do carro, etc), está OK; valor muito baixo indica que está na hora de trocar.
Pode acontecer da pilha ou bateria ter tensão certa, mas ao solicitar corrente, ela não consegue acionar o equipamento. Se o voltímetro for colocado nos polos quando ligar o objeto, é normal notar uma pequena queda de tensão. Se essa queda for grande a ponto de se distanciar muito da tensão certa, isso significa que falta corrente, e a pilha ou bateria não pode mais ser utilizada.
Teste de continuidade (“será que a lâmpada está realmente queimada?”) – colocar cabos (preto no COM e vermelho em V-W-mA), girar disco para resistência (ohms), usar escala no menor valor disponível (200 ohms, por exemplo), encostar as partes de metal das pontas de prova no metal da lâmpada (uma na lateral e outra na parte de baixo). O valor que aparecer no mostrador é a medida de resistência elétrica: se aparecer um valor, significa que está boa; se só aparecer um número 1 e nada mais, ela está queimada (resistência infinita). Muitos multímetros possuem ao lado da escala de resistência, uma escala que emite um beep através de um pequeno alto falante em caso de resistência baixa.
Verificar a polaridade (“qual é o fase e qual é o neutro?”) – igual a medir a tensão na tomada, mas coloque uma das pontas de prova em um dos buracos e o outro segure com o dedo no metal. Se aparecer uma tensão considerável, é o fase, caso contrário, o neutro. O neutro deveria ser zero, mas as vezes acontece de aparecer alguma tensão baixa. Como o multímetro possui uma elevada resistência para medir tensão, a corrente é muito baixa e você não vai levar choque.
Veja esse playlist com dois vídeos mostrando o uso do multímetro em alguns exemplos do cotidiano:
Como consertar uma lâmpada LED?
De modo geral, uma lâmpada com LED (sigla em inglês para “diodo emissor de luz”) possui uma fita com os LEDs ligados em série. Justamente por isso, se apenas um deles queimar, o circuito de eletricidade é quebrado e nenhum deles acende. Você pode abrir a lâmpada para ter acesso aos LEDs (costuma ter um encaixe com um pouco de cola) e testar cada um deles diretamente e substitui-lo ou simplesmente fechar o circuito com solda.
Geralmente o LED queimado fica com um discreto ponto preto, mas você pode fazer o teste para ter certeza. Para testar um LED, use o teste de continuidade (explicado anteriormente). Em vez do beep, o diodo deve acender. Caso não emita luz, inverta os pontos pontos de medição – o diodo só permite a corrente elétrica em um sentido. Se mesmo assim não emitir luz, esse será o LED defeituoso. Retire-o com um alicate de ponta fina.
Ao retirar o LED queimado, você deverá ver duas placas metálicas, com um pequena separação, que deverão ser unidas de modo que a eletricidade flua por elas. Temporariamente, essa união pode ser com um pedaço de metal mas para ser definitivo, será necessário soldar. Para a solda, será necessário um ferro para solda e um fio de solda (liga de estanho e, às vezes, chumbo) para eletrônicos:
- Limpe bem o local de aplicação e a ponta do ferro com uma esponja de aço;
- Deixe o ferro de solda aquecer e atingir a temperatura necessária para fundir a solda;
- Coloque um pouco de solda na ponta do ferro de solda;
- Encoste o ferro de solda na região e deixe transmitir calor para aquecer o local
- Aplique a solda sobre a região e ela derreterá ali mesmo
- Deixe a solda fluir até perceber que colocou solda suficiente, parando em seguida.
Após alguns segundos, a solda já deve estar fria e a lâmpada pronta para teste.