Movimentos da Lua

A órbita da Lua ao redor da Terra não é perfeitamente circular em um plano, formando uma elipse inclinada. Devido a essas variações na órbita é que ocorrem fenômenos esporádicos conhecidos como a super Lua e eclipses do Sol e da Lua. Veja brevemente como se formam esses e outros fenômenos.

Fases da Lua

As fases da Lua (fonte: Blog João do Carmo).
As fases da Lua (fonte: Blog João do Carmo).

Aproximadamente a cada mês, ocorre um ciclo de mudança aparente da porção visível da Lua iluminada pelo Sol devido a sua mudança de posição em relação à Terra e ao Sol. O ciclo completo, denominado lunação, leva pouco mais de 29 dias para se completar, período no qual a Lua passa da fase nova, quando sua porção iluminada visível passa a aumentar gradualmente (Lua crescente) até que, duas semanas depois ocorra a lua cheia e, por cerca de duas semanas seguintes, volta a diminuir (Lua minguante) e o satélite entra novamente na fase nova.

Super Lua

A Super Lua acontece quando é Lua cheia e também ela está em seu ponto mais próximo da Terra. A Lua não muda de tamanho, mas ela pode parecer maior caso fique mais próxima. Conforme dito anteriormente, a órbita da Lua ao redor da Terra é uma elipse, portanto existem épocas em que está mais próxima da Terra (perigeu) ou mais afastada (apogeu). As datas das próximas “super Luas” podem ser vista clicando no link. Visitando o link, note que acontecem entre 3 a 4 aproximações máximas da Lua com a Terra todo ano, mas somente é Lua cheia em algumas dessas ocasiões.

Além disso, existem pequenas perturbações na órbita da Lua ocasionadas pela atração gravitacional de outros astros (como o Sol e Júpiter) e influência da própria rotação lunar e da Terra. Desse modo, cada perigeu/apogeu tem distâncias diferindo de algumas dezenas de quilômetros.

Entre a noite dos dias 13 e 14 de novembro de 2016, aconteceu a maior e mais brilhante Super Lua desde 1948. A maior do século XXI será em 06 de dezembro de 2052, quando a lua estará 94 quilômetros mais próxima que a de 2016 – veja as distâncias entre a Lua e a Terra em todos os perigeus/apogeus clicando no link. No entanto, essa distância em estala astronômica é muito pequena, resultando em uma diferença desprezível de brilho e tamanho aparente da lua na Terra.

A olho nu podemos verificar esse tipo de diferença? Segundo cálculos do site Física na Veia!, existe uma diferença pequena de 0,06° no tamanho aparente da Lua vista daqui da Terra (veja figura), sendo pouco perceptível a olho nu (fica em torno de 10% maior com relação a sua distância média em relação à Terra e 14% maior quando a Lua está no apogeu).

Explicação da Super Lua (fonte: Física ne Veia!).
Explicação da Super Lua (fonte: Física na Veia!).

As vezes a Lua parece maior quando vista próxima ao horizonte, o que na verdade é uma ilusão de óptica. Quando a Lua (ou qualquer astro) está no alto do céu, não existe nenhuma referência que nos permita estimar distâncias quando olhamos para cima de nossas cabeças, fazendo com que ela nos pareça menor. Já quando olhamos para o horizonte, nossos olhos recebem a luz de objetos que nos servem de referência, como as montanhas, prédios e colinas, o que nos permite comparações e impressão de distâncias e afastamentos. Dessa forma, o céu no horizonte nos parece muito mais afastado do que no zênite.

Dia 27 de setembro de 2015 aconteceu um eclipse total da super Lua – escrevi uma matéria no site Tempo Agora, com direito a arte e vídeo explicativo. Uma definição mais precisa da Super Lua e mais informações podem ser vistas no post disponível no link.

Eclipse Solar/Lunar e Lua de Sangue

Conforme visto sobre as fases da Lua, nosso satélite natural passa sempre entre a Terra e o Sol e posteriormente atrás da Terra ao realizar sua órbita. No entanto, eclipses não são eventos frequentes pois a órbita lunar está inclinada pouco mais de 5° em relação ao plano de rotação da Terra, de forma que os astros, na maioria das vezes, não se alinham da forma necessária para a ocorrência do fenômeno.

Explicação dos eclipses solar e lunar (fonte: Editoria de Arte/Folha Imagem).
Explicação dos eclipses solar e lunar (fonte: Editoria de Arte/Folha Imagem).

Assim, durante a fase nova, pode ocorrer um eclipse solar, no qual a Lua passa exatamente em frente ao disco solar e projeta uma sombra na superfície terrestre. Quando observa-se o disco completamente coberto ocorre um eclipse total, enquanto que se somente uma parte do disco for bloqueada ocorre um eclipse parcial – existe ainda o eclipse anular, em que o tamanho aparente da Lua é menor do que o disco solar. Já durante a fase cheia, a Lua pode penetrar na sombra da Terra, de forma que ocorre um eclipse lunar.

Eclipse da Super Lua de 27/09/2015 às 22:30, 23:00 e 23:15. Fotos: ViniRoger.
Eclipse da Super Lua de 27/09/2015 às 22:30, 23:00 e 23:15 em São Paulo – SP. Fotos: ViniRoger.

A Lua de Sangue é o último eclipse lunar de uma sequência de quatro eclipses totais da lua espaçados em seis meses por luas cheias sem eclipse total. Em eclipses lunares, a lua geralmente adquire uma coloração avermelhada, pois a luz que vem do sol atravessa a atmosfera terrestre e interage com partículas de poeira suspensas no ar antes de atingir a superfície da lua.

No caso de um eclipse solar, a sombra sobre a Terra percorre somente uma faixa sobre a superfície conforme a Terra gira e a Lua se move, ou seja, não é o mundo inteiro que vê o eclipse solar quando acontece um. Veja uma lista dos próximos eclipses e dos lugares onde ele poderá ser observado e também mais sobre o eclipse lunar clicando no link.

Lua Azul

A Lua Azul é a segunda lua cheia em um mesmo mês do calendário gregoriano (utilizado atualmente no mundo cristão). A lua cheia não fica azul, o que acontece é que seu nome tem origem na Inglaterra medieval, da palavra do inglês arcaico “belewe”, cujo significado é ambíguo, “azul” e “trair” (será que foi daí que surgiu a música da banda Calypso “A Lua me traiu”?). Este evento não ocorre todos os anos, e quando isso ocorre, por vezes, ocorre mais de uma vez no mesmo ano. Mesmo em Inglês, usamos a expressão “uma vez em uma lua azul” para se referir a algo que acontece muito raramente.

Veja uma lista das próximas vezes que ocorrerão o fenômeno da Lua Azul e mais sobre o fenômeno no post Lua Azul (Blue Moon) do site Meteorópole.

Lua de mel

A Lua de Mel é quando ocorre lua cheia na sexta-feira dia 13 e no mês de junho. A coloração âmbar da Lua (que lembra cor de mel) é comum nessa época do ano no hemisfério norte (início do verão), provavelmente porquê o período com luz solar é mais longo e o pôr do Sol é mais demorado. Então aquela luz alaranjada de fim do dia encontra a Lua que nasce no horizonte. Provavelmente os casamentos no hemisfério norte eram realizados quando as temperaturas ficavam mais amenas no início do verão, surgindo aí a referência cultural “lua de mel” para o período após a festa de casamento. Veja mais sobre a Lua de mel clicando no link do site Meteorópole.

Outros nomes para a Lua conforme o mês

As luas podem ganhar nomes específicos para cada mês conforme as atividades de uma determinada cultura naquela época do ano. Por exemplo, em antigas tradições, particularmente entre povos indígenas da América do Norte, e também em culturas agrícolas e europeias, esses nomes derivam da relação dessas culturas com os ciclos da natureza, o clima, e a agricultura:

  • Janeiro: Lua do Lobo – referindo-se ao uivo dos lobos famintos em pleno inverno.
  • Fevereiro: Lua da Neve – por ser o mês que frequentemente tinha mais neve (tribos Algonquins).
  • Março: Lua do Verme – marca o início da primavera, quando vermes começam a aparecer no solo.
  • Abril: Lua Rosa – associada ao desabrochar de flores silvestres, como o musgo rosa.
  • Maio: Lua das Flores – marcando o florescimento das plantas na primavera.
  • Junho: Lua de Mel/Morango – simbolizando a fertilidade e as flores que enfeitam as colheitas, assim como a época tradicional da colheita de morangos nas tribos norte-americanas.
  • Julho: Lua dos Cervos/Feno – quando as galhadas dos cervos estão crescendo, ou relacionada à época da colheita de feno (Europa medieval).
  • Agosto: Lua do Esturjão – um período em que o peixe esturjão era mais facilmente pescado nas águas dos Grandes Lagos.
  • Setembro: Lua da Cevada/Milho – época da colheita dos grãos.
  • Outubro: Lua Sangrenta (Escandinávia) – nome dado devido ao sacrifício de animais na preparação para o inverno.
  • Novembro: Lua do Castor
  • Dezembro: Lua do Carvalho/Fria – homenageando a árvore sagrada de muitas culturas celtas, início do inverno no hemisfério norte.

Os celtas, que habitavam partes da Europa, também nomeavam as luas com base nos ciclos da natureza e das estações:

  • Janeiro: Lua do Vento ou Lua Silenciosa – por causa dos ventos frios e o silêncio do inverno.
  • Março: Lua da Semente – quando as primeiras sementes são plantadas no solo.
  • Junho: Lua de Mel – simbolizando a fertilidade e as flores que enfeitam as colheitas.
  • Setembro: Lua da Cevada – época da colheita de cevada.
  • Dezembro: Lua do Carvalho – homenageando a árvore sagrada de muitas culturas celtas.

Na tradição chinesa, cada lua cheia está associada a eventos culturais e festivais ao longo do ano:

  • Janeiro: Lua do Festival da Lanterna – ocorre após o Ano Novo Chinês.
  • Agosto: Lua da Colheita ou Lua do Festival da Lua – associada ao festival de meio outono e às colheitas.

No calendário hindu, a lua cheia tem importância religiosa, com vários festivais sendo comemorados nessas noites. Cada lua cheia é chamada de Purnima e tem um nome específico:

  • Chaitra Purnima (março/abril) – marca o início do ano novo hindu.
  • Guru Purnima (julho) – dia de reverenciar os mestres e professores espirituais.
  • Sharad Purnima (outubro) – celebra a colheita e a deusa Lakshmi.

Os povos aborígenes australianos também tinham nomes e significados sazonais para as luas:

  • Lua das Águas que Sobem – período de marés altas e a época em que as águas começam a subir nas áreas alagadas.
  • Lua das Cavernas – quando as pessoas procuravam abrigo nas cavernas por causa do frio.
  • Lua da Sardinha – quando as sardinhas eram mais abundantes e capturadas para sustento.

Esses nomes refletem a conexão profunda das antigas culturas com os ciclos da natureza, agricultura, e a vida animal. Eles ajudam a traçar um paralelo entre a mudança das estações e as atividades cotidianas, muitas vezes vinculadas à sobrevivência e espiritualidade.

Veja mais sobre a Lua e o sistema solar e sobre o homem na Lua clicando nos respectivos links.

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