Marcha pela Ciência

No mundo todo, as pessoas marcharam em busca de uma maior visibilidade e valorização da Ciência. Pacífica e apartidária, a marcha aconteceu dia 22/04/2017 (sábado) – em São Paulo, foi no Largo da Batata, às 14h. E não é só para cientistas, também estiveram presentes estudantes, professores e gente que simplesmente gosta da ciência. Quem também não conhece muito também acabou participando, para conhecer a importância e quanto que ela pode ser apaixonante.

Princípios fundamentais

  1. A ciência serve ao bem comum
  2. Educação científica de ponta
  3. Pela comunicação científica aberta, honesta e ao alcance do público
  4. Por políticas e regulamentos de interesse público baseados em evidências
  5. Pelo financiamento das pesquisas científicas e suas aplicações

Objetivos específicos – Marcha pela Ciência SP

  1. Valorização da ciência e do cientista
  2. Sem ciência não existe desenvolvimento, portanto é urgente que a profissão de cientista esteja entre as tantas outras reconhecidas pela sociedade, assim como o produto do seu trabalho.

  3. Pelo desenvolvimento e pela soberania do país
  4. O avanço da ciência e tecnologia brasileira é fundamental para a promoção de um novo ciclo de industrialização capaz de catalisar um desenvolvimento econômico que seja socialmente e ambientalmente responsável, traçando um caminho para a superação da dependência econômica, cultural e tecnológica que limita as possibilidades de superação das desigualdades regionais.

  5. Maiores investimentos para pesquisa e carreira acadêmica
  6. Estamos preocupados com a redução do investimento federal e estadual via agências de fomento como CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), FAPs (Fundações de Amparo à Pesquisa) e afins. Sem investimento não há ciência de qualidade. Se perdermos nossos cientistas, como será possível desenvolver o país?

  7. Mais contratações para Institutos de Pesquisa
  8. Muitos Institutos de Pesquisa estão sucateados. Acreditamos que não basta direcionar investimento para a “modernização” destes centros, se não houver equipe qualificada para usufruir destes espaços. Dessa forma, lutamos por mais contratações em Institutos de Pesquisa Brasileiros.

  9. Maior investimento em ensino de ciências nas escolas brasileiras
  10. Jovens treinados a pensarem de forma crítica darão origem a, uma sociedade pronta para discutir seus problemas e desafios de modo qualificado.

  11. Por mais direitos para pós-graduandas e pós-graduandos
  12. É fundamental que todo cientista em formação que desejar, tenha acesso à bolsa de pesquisa durante TODO o mestrado e doutorado (universalização das bolsas de pesquisa). Defendemos também a assistência estudantil, licença parental (quando necessário), inscrição no INSS, reajuste anual de bolsas e uma política de inserção e fixação de mestres e doutores no território nacional.

  13. Pelo financiamento da ciência
  14. Defendemos melhor financiamento à ciência, como por exemplo o direcionamento de 2% dos royalties do minério para a ciência e tecnologia e o cumprimento da alíquota de 1% do ICMS para o orçamento estadual à FAPESP. Defendemos também o maior investimento de empresas públicas e privadas à Ciência.

  15. Pela volta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
  16. Em 2016, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) foi extinto, e suas secretarias incorporadas ao Ministério das Comunicações, que passou a se chamar Ministério da Ciência, Tecnologias, Inovações e Comunicações. A junção dessas atividades em um único Ministério enfraqueceria o setor de ciência, tecnologia e inovação, que, em outros países, ganha importância em uma economia mundial crescentemente baseada no conhecimento e é considerado o motor do desenvolvimento. Europa, Estados Unidos, China, Coreia do Sul, são alguns exemplos de países que, em época de crise, aumentam os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento, pois consideram que esta é a melhor maneira de construir uma saída sustentável da crise. Assim, defendemos a refundação do MCTI com financiamento adequado, bem como a reestruturação de importantes órgãos extintos neste processo: a Secretaria de Ciência e Tecnologia pela Inclusão Social (SECIS) e o Departamento de Difusão e Popularização da Ciência (DEPDI).

  17. Pela divulgação ampla e democrática de ciência
  18. Grande parte da população brasileira, inclusive paulistana, não se interessa pela ciência. Isso se dá, dentre outros motivos, devido à falta de preparo dos cientistas para falar de uma forma clara e inteligível sobre sua ciência. Dessa forma, defendemos maiores investimentos na formação de divulgadores científicos, como já vem acontecendo em algumas universidades do estado de São Paulo, visto que este também é um grande nicho profissional a ser ocupado.

  19. Contra a política de juros altos e cortes na ciência
  20. Enfatizamos que os orçamentos da ciência, educação e saúde não devem ser cortados a cada evento de crise econômica, devendo-se buscar outras saídas para a superação da crise. Em especial, retomar a recomposição do orçamento do CNPq possibilitado a partir de recursos da repatriação de recursos não declarados no exterior.

Fonte: site Marcha pela Ciência.

Trata-se de um evento mundial que pretende chamar a atenção de estudantes, professores, cientistas e pesquisadores, governantes e tomadores de decisão, e de toda a sociedade, sobre a necessidade de apoiar e preservar as instituições e a comunidade científica de todo o planeta. Esse apoio torna-se fundamental em um momento em que a atividade científica para o bem de todos sofre várias ameaças, como mudanças em políticas públicas, redução e desvio de verbas e financiamentos públicos, partidarização política da ciência e, o que mais assusta, a tomada de decisões políticas que não levam em consideração as evidências científicas. Isso ocorre nos Estados Unidos, de maneira gritante em relação ao que vêm demonstrando pesquisas relacionadas às mudanças climáticas, mas também em todo o planeta.

SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência)

A Ciência promove a saúde e o bem estar, salva vidas, gera entretenimento, empregos, renda e muito mais, quando bem utilizada. E para ser bem utilizada, é necessário uma população consciente de sua importância e de seus princípios que explicam como o mundo funciona. O pensamento racional e crítico, o método científico e tantas outras formas de pensar a realidade promovem uma sociedade mais democrática e pensando “fora da caixa”.

Todos tem a ganhar nessa aproximação entre a Ciência e a sociedade: os cientistas ganham apoio da população para entrar na briga por mais investimento e políticas na geração de conhecimento, enquanto a população colhe os frutos e dissemina as benesses para outras pessoas.

Ciência significa saber, conhecimento. E quanto mais conhecimento tivermos, melhores decisões tomamos. Isso vale desde o que devemos comer de saudável no almoço, passando por “qual celular é melhor para comprar” e até quanto junção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com o Ministério das Telecomunicações impactou nas políticas públicas e investimentos na ciência de base (fundamental para formar cientistas e desenvolver novas tecnologias).

Tenda Mario Festa, com a Oficina de Identificação de Nuvens (2017). Foto: Eliana Reis

Na edição de 2017, o site Monolito Nimbus promoveu uma Oficina de identificação de nuvens, voltada ao público geral, com o objetivo de aproximar a comunidade de uma atividade de observação da natureza sob o olhar da ciência, mas em uma abordagem descontraída. Foi só aparecer lá na tenda para receber as instruções e fazer as tentativas de classificar as nuvens no céu presente em poucos minutos.

Atualização – 3ª Marcha pela Ciência

Mais de mil pessoas estiveram presentes. Pediu-se pelo fim dos cortes no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicações, que deve receber em 2017 apenas 20% do necessário para fechar as contas do ano. Com isso, há a ameaça de que alguns institutos tenham de fechar as portas no ano que vem.

Em frente ao escritório da Presidência da República, entoaram “Fora Temer” e lembraram ao presidente da carta enviada a ele por 23 prêmios Nobel. O documento, enviado no final de setembro, alertou o presidente de que os cortes orçamentários em Ciência e Tecnologia “comprometem seriamente o futuro do Brasil” e precisam ser revistos “antes que seja tarde demais”.

7 comments

    1. A Oficina de identificação de nuvens consiste de uma atividade prática para classificar as nuvens do céu vigente, voltada ao público em geral. A classificação da nuvem em um dos dez gêneros existentes acontece baseando-se no conhecimento do significa de seu nome, o que aponta as principais características de sua aparência, e da comparação com fotos. O mesmo procedimento segue para encontrar sua espécie e outras características especiais e nuvens anexas, assim como sua origem e transformação. Os critérios utilizados foram publicados pela Organização Meteorológica Mundial no Atlas Internacional de Nuvens.

      1. E qual horário e local exato?
        Estou realizando um projeto sobre ÁGUA com meus alunos de Educação Infantil e procuro ideias para desenvolver atividades sobre as nuvens…
        Muito bom o seu site. Parabéns!

        1. Vai ficar no Largo da Batata, o local exato ainda não sei. Com relação à educação infantil e nuvens, acho que um desafio seria quebrar o paradigma de mostrar o vapor d’água como aquela fumacinha que sai da chaleira, e sim que ele é invisível (quando vemos as gotículas de água é porque já passou para o estado líquido). Tem mais informações e ideias nesse post: http://www.monolitonimbus.com.br/nuvens-chuva-e-arte/

          1. Boa! Uma das propostas é construir um terrário e o que geralmente observam são as gotículas no vidro… muito legal vc salientar isso. Valeu pela dica…e pelo link =D

          2. Boa! Uma das propostas é construir um terrário. E realmente o que observam são as gotículas no vidro…Valeu pela dica e pelo link =D

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