Loulé

Desde os primórdios da ocupação humana na península ibérica, Loulé tem sido habitada e influenciada por diversas culturas, incluindo os romanos, visigodos e mouros. Há historiadores que atribuem a fundação de Loulé aos cartagineses (40 a.C.), enquanto outros apontam os romanos. Sabe-se que quando os árabes invadiram o Algarve em 715, já existia como vila importante. Com a reconquista cristã no século XIII, Loulé passou por uma fase de reconstrução e desenvolvimento, preservando sua herança cultural única.

No cerne de sua história está a mina de sal gema. O sal gema é uma rocha sedimentar formada pela evaporação de águas marinhas há milhões de anos, e a sua extração remonta a tempos pré-históricos. A profundidade da mina de Loulé chega a alcançar mais de 230 metros abaixo do nível do mar, revelando camadas de sal com grande pureza. Desde o período romano, esta mina tem sido explorada, fornecendo não apenas sal para consumo, mas também sendo uma fonte de interesse geológico e histórico na região. Sua entrada fica praticamente no centro da cidade e pode ser visitada.

Castelo de Loulé visto a partir da praça do Chafariz. Foto: ViniRoger
Castelo de Loulé visto a partir da praça do Chafariz. Foto: ViniRoger

No centro histórico (freguesias de São Sebastião e São Clemente), está o Castelo de Loulé. Construído a partir de 715 d.c durante a ocupação islâmica, provavelmente sucedido a uma fortaleza romana tomado pelas forças cristãs no final do século XIII. Parte de suas paredes continuam preservadas em outros pontos do centro, como na Porta da Ermida. Próximo à porta, está a Igreja Matriz de São Clemente (com uma torre herança de um minarete islâmico) e o jardim dos Amuados, com uma vegetação exuberante e miradouro.

O espaço museológico dos Banhos Islâmicos de Loulé e Casa Senhorial dos Barreto já abrigou essas duas construções com fins distintos e que hoje formam um moderno museu. O Mercado Municipal de Loulé foi inaugurado em 1908 e apresenta arquitetura inspirada nos edifícios islâmicos, com as coberturas de forma bolbosa. Uma visita ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade permite uma vista panorâmica da cidade. Na fronteira com Faro, está o Estádio do Algarve, construído para o Campeonato Europeu de Futebol de 2004.

Mercado Municipal de Loulé com bolo-rei de 150 metros no Dia de Reis. Foto: ViniRoger
Mercado Municipal de Loulé com bolo-rei de 150 metros no Dia de Reis. Foto: ViniRoger

O município de Loulé está dividido em 9 freguesias: Almancil, Alte, Ameixal, Boliqueime, Quarteira, Querença/Tôr/Benafim (conta com várias fontes de água natural, incluindo a fonte Filipe), Salir, São Clemente e São Sebastião. O “centro” de Loulé está dividido entre as duas últimas freguesias (leste e oeste). Veja algumas com destaque a seguir.

Ameixal

A freguesia de Ameixal contém a parte mais alta de Loulé e faz fronteira a norte com o distrito de Beja. Suas estradas curvas revelam excelentes vistas dos morros e vales da região, algumas com painéis solares e, principalmente, geradores de energia eólica e alguns moinhos em ruínas. O radar meteorológico de Loulé fica quase na fronteira no alto de um morro.

Quarteira

A freguesia de Quarteira, situada a poucos quilômetros do centro de Loulé, é um destino popular entre os turistas que buscam as praias. A oeste, está Vilamoura (com sua praia, cassino e marina), e a leste está o Vale do Lobo (parte da freguesia de Almancil) e a Quinta do Lago: dois lugares de ricos resorts, hotéis de luxo, restaurantes com estrelas Michelin e campos de golfe. Inclusive, essa zona é conhecida como Triângulo Dourado, por conter também a maioria das propriedades com os preços mais altos do sul de Portugal. Ao norte do concelho, as freguesias apresentam uma altitude maior, seguindo o relevo que separa o Algarve do distrito de Beja.

Salir

Uma escultura de 10 metros de altura, situada na rotunda entre a Estrada Municipal 525 e a Estrada Nacional 124, próxima a uma das entradas da vila de Salir. Ela representa o Metoposaurus Algarvensis, um anfíbio semelhante a uma salamandra gigante cujos fósseis foram encontrados na região da Penina. Este local é parte do Geoparque Algarvensis, uma área reconhecida pela UNESCO por sua importância geológica e paleontológica. Além disso, a fonte dos Amuados, próxima à escultura e na Rocha da Pena, é uma conhecida atração turística local ponto de partida para trilhas na serra.

Ermida do Pé da Cruz durante o evento "Salir no Tempo: Época Medieval". Foto: ViniRoger
Ermida do Pé da Cruz durante o evento “Salir no Tempo: Época Medieval”. Foto: ViniRoger

Já no centro da vila, estão as ruínas do castelo de Salir e um centro museológico no alto do morro. Da Ermida do Pé da Cruz, tem-se vista para a Igreja Matriz e caixa d’água, de onde se tem vista panorâmica do vale e das montanhas. Em julho, é costume local o evento “Salir no Tempo”, quando a região do castelo e morro abaixo são tomadas por barracas de comidas, produtos típicos e evento culturais como apresentações musicais, teatrais, equestres, etc. Em 2023, foi celebrada a época romana; no ano seguinte, a época medieval.

Alte

Praia Fluvial de Alte. Foto: ViniRoger
Praia Fluvial de Alte. Foto: ViniRoger

No centro de Alte, é possível observar um morro com uma contenção de concreto mas na qual foi pintada uma bandeira gigante de Portugal. Próximo, está a Fonte Pequena, com sua bela ponte sobre o rio. Seguindo para norte, está a Fonte Grande e a Praia Fluvial. Ela é formada de um trecho de rio canalizado em concreto e pedras, raso e conta com acessos via escadas para banho e contemplação. Áreas para merenda ao lado e subindo o morro estão disponíveis, além de um restaurante. Ao sul da vila, atrás do cemitério, existe um estacionamento e uma ecadaria de madeira que dá acesso à queda do Vigário: uma queda d’água com pequeno lago embaixo que conta com um verde vívido e espaço para banho e merenda.

Queda do Vigário em Alte. Foto: ViniRoger
Queda do Vigário em Alte. Foto: ViniRoger

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