Com o incremento de lentes e funções nas câmeras de telefones celulares, é cada vez mais comum o uso de funções conhecidas como “time lapse” e “slow motion”. O foco desse post será a primeira técnica, sendo a segunda explicada brevemente.
Time lapse – câmera rápida
A fotografia “time-lapse” (traduzindo ao pé da letra, seria “salto no tempo”) também é conhecido pelo nome de câmera rápida. Trata-se de um processo cinematográfico em que a frequência de cada foto por segundo de filme é muito menor do que aquela em que o filme será reproduzido. Quando visto a uma velocidade normal, o tempo parece correr mais depressa e assim parece saltar.
Ao vermos um vídeo, na verdade ele é formado pelo registro de várias imagens estáticas que, quando passadas rapidamente, dão a ilusão de movimento. Quem nunca experimentou desenhar um “homenzinho” no canto de várias páginas de caderno, cada um com uma ligeira modificação com relação ao outro, para dar a impressão de estar caminhando ou saltando ao virar as folhas rapidamente?
O padrão clássico para se ter essa ilusão de movimento é o de 24 quadros por segundo, mas já se usam taxas maiores, que proporcionam imagens mais suaves e quase sem artefatos visuais (como borrões). O termo “quadros por segundo” é também conhecido por sua sigla FPS, do inglês “frames per second”. Ele é a unidade de medida da cadência/frequência de um dispositivo audiovisual qualquer, representando o número de imagens registradas, processadas ou exibidas por segundo.
Em que tipo de situações são aplicadas a técnica de “time lapse”? Quando queremos condensar um evento grande em um período menor de tempo. Alterações que normalmente são lentas para o tempo do ser humano e parecem como sutis aos nossos olhos. Por exemplo: o movimento das nuvens, do Sol e das estrelas no céu, o crescer de uma planta, o desenvolvimento de uma obra, que se tornam evidentes com essa técnica. Uma técnica parecida é a de “Stop Motion” (ou quadro-a-quadro), muito usada em animação através do leve reposicionamento quadro a quadro de modelos reais em diversos materiais, como massa de modelar.
Para se fazer um vídeo “time lapse”, costuma-se tirar as fotografias com uma frequência bem baixa, que pode ser a cada 0,12 segundo, 1 segundo, 30 segundos, 60 segundos ou menor ainda, conforme o propósito. Esse espaço de tempo pode ser definido pelo intervalo de tempo (como os exemplos dados) ou pelo número de vezes em que o vídeo é acelerado com relação ao padrão. Por exemplo: considerando-se 30 FPS (intervalo de 1/30 aproximadamente 0,03 segundos) correspondendo a 1x, um intervalo de 0,3 segundos corresponde a um aumento de velocidade de 10x; um intervalo de 1 segundo, 30x e 10 segundos, de 300x.
Após selecionar a opção de aumento de velocidade, fixe a câmera em algum lugar e aperte o botão para iniciar a gravação. Atente-se para a duração e alimentação da bateria, assim como as condições de tempo sobre a câmera (sol, chuva, vento, temperatura) e eventual passagem de pessoas ou movimentações indesejadas de cenário. Fiz alguns vídeos de time lapse e os publiquei no Youtube na lista incorporada a seguir:
Para ver como criar um script e programar uma webcam ou uma câmera IP para criar um vídeo com essa técnica, veja o post Como criar vídeos “time lapse”. Mais possibilidades são abordadas usando câmeras de céu inteiro no post Câmera all sky e time lapse. O canal do Youtube Clima ao Vivo exibe o avanço de diversos fenômenos meteorológicos (incluindo quedas de meteoritos) usando câmeras de todo o Brasil.
Slow motion – Câmera lenta
Ao contrário do time-lapse, o “slow motion”, também conhecido como câmera lenta (ou movimento lento), deixa o vídeo em uma velocidade menor que a normal. Essa técnica é bastante usada para mostrar algum detalhe de um movimento registrado.
Nessa técnica, os movimentos e ações em quadro são vistos numa duração maior do que a normal, dando a sensação de que o próprio tempo está passando mais devagar. Se filmarmos uma ação a 48 quadros por segundo, por exemplo, ao ser exibida na tela, durará o dobro do tempo original se considerar a taxa clássica de 24 FPS. Note que, para obter um vídeo em câmera lenta, é preciso uma câmera muito rápida.
O recurso da “câmera lenta” é muito usado em filmes para criar tensão ou ampliar momentos de clímax, para modificar o ritmo normal dos movimentos e ajustá-los à trilha sonora escolhida, etc. Em filmes científicos, permite observar em detalhe fenômenos muito rápidos, como a queda de uma gota dágua, o disparo de um revólver ou a movimentação dos músculos de um animal correndo. Em transmissões de eventos esportivos, é utilizado para rever lances muito velozes e esclarecer lances do jogo.