Essa foi uma das manchetes do jornal “The Telegraph” de 16 de dezembro de 2008 (“Weather rocket kills man and blows up his body at cremation“) e que acabou virando um dos casos contados na série “1000 maneiras de morrer” (T4E1). Um homem chinês, que originalmente pensava-se ter sido atingido por um raio, foi morto por um pequeno foguete meteorológico cuja existência só foi descoberta quando seu corpo explodiu durante sua cremação.
O corpo de Wang Diange, da província chinesa da Mongólia Interior, foi encontrado nos destroços de uma casa onde estivera supervisionando o velório de um funeral anterior, depois que os enlutados sentiram uma forte explosão que levou metade do teto. Como chovia e trovejava, acreditaram que a casa (e o sr. Wang) havia sido atingido por um raio – mesma conclusão da polícia.
Enquanto seu corpo estava sendo colocado na câmara de cremação, explodiu espetacularmente, estourando as portas do forno. Quando o fogo foi apagado, a única pista sobre o que acontecera era uma pequena peça de metal torcida, que parecia ser o remanescente brilhante de um parafuso.
No início, os especialistas locais não conseguiam determinar o que era, embora notassem que continha um número de série militar. Após uma longa investigação, no entanto, foi sugerido que poderia ser parte de um invólucro.
Inquéritos revelaram que a agência meteorológica local estava lançando foguetes na atmosfera para evitar a formação de granizo, a fim de proteger a plantação de tabaco local. Dentro das conchas havia iodeto de prata, um produto químico que atua como núcleo de condensação e auxilia na formação de mais gotículas de nuvem de menor tamanho, retardando o desenvolvimentos delas para pedras de granizo.
O bombardeamento de nuvens é uma atividade bastante polêmica, pois existem estudos que atestam sua eficácia em gerar chuva e reduzir granizo, mas outros apontam no sentido contrário. Um dos consensos é o de que deve haver vapor d’água em uma quantidade suficiente para promover chuva, ou que o desenvolvimento da nuvem esteja em uma fase que as partículas extras atuem no aumento do número de gotículas de chuva e que não formem granizos grandes o suficiente para chegarem em superfície ainda no estado sólido.
Voltando ao caso do homem morto pelo foguete, os investigadores concluíram que o projétil não explodiu, e sim atingiu a casa e se alojou no corpo de Wang. Lá passou despercebido por causa de seus ferimentos extensos, de acordo com relatórios de jornais locais. Com o aquecimento do forno crematório (que pode passar de 1000°C), o detonador foi acionado, gerando a explosão do foguete.
Três anos depois da morte de Wang, sua família recebeu 80 mil yuanes como indenização do departamento de meteorologia.
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