Um doughnut (ou donut, na versão abreviada, ou rosquinha) é um pequeno bolo em forma de rosca (mais precisamente de toro). Muito popular nos EUA (especialmente entre os “tiras”) tornou-se mundialmente conhecido em parte graças à rede norte-americana Dunkin’ Donuts, fundada em 1950. No Brasil, a Dunkin’ Donuts abriu sua primeira sede em 1980, mas acabou fechando a rede e passando os pontos para a empresa Café Donuts. Em 2014, a rede anunciou a volta ao país através da parceria com o grupo OLH e pretendendo abrir 65 lojas em cinco anos.
Nos EUA, a palavra “donut” também pode ser usada para os “sonhos” produzidos no Brasil (ou “bolas de Berlim” em Portugal – veja mais sobre doces portugueses no link). Neste caso, em que o bolo tem uma forma esférica, ele costuma ser recheado com geleia ou outros cremes doces. Acredita-se que sua origem tenha acontecido nos EUA, a partir das bolas de berlim. O registo mais antigo do termo doughnut data de um conto de 1808, que menciona uma série de “dough-nuts” – a palavra dough significa massa, em inglês, e nut significa noz.
A massa é a mesma tanto para fazer bolinhos de chuva (cobertos apenas com açúcar refinado e canela) ou sonho (com leite na massa e recheio dentro depois de frito) ou mesmo churros (massa com bem menos fermento para ficar mais consistente e ser moldada no formato). É a mesma massa dos Buñuelos – bolinhos ou discos achatados e fritos, polvilhados com açúcar e canela, tradicionais da América Latina espanhola. Veja a receita passo a passo.
Receita
Primeiro, deve-se preparar uma primeira parte da massa, que deverá passar pelo processo de fermentação. Misture os seguintes ingredientes em uma bacia:
- 40g de fermento biológico
- 120ml de água
- 200g de farinha de trigo
Deixe a massa descansando por 20 minutos. O fermento biológico tem como função principal provocar a fermentação dos açúcares, produzindo gás carbônico, que é responsável pela formação dos furinhos internos e pelo crescimento da massa. Ele contém leveduras, que são fungos (micro-organismos unicelulares) que se proliferam em condições apropriadas, como temperatura elevada (cerca de 30 ºC) e presença de alimento para eles – no caso, a glicose, presente tanto na farinha quanto no açúcar. A temperatura da água utilizada influencia na velocidade da fermentação: água fria retarda o início do processo de fermentação, enquanto que a fritura (altas temperaturas) interrompem a fermentação, já que matam as leveduras. Já o fermento químico é o bicarbonato de sódio, e as reações de decomposição que ocorrem quando o bicarbonato gera gás carbônico e água fazem com que a massa aumente seu volume.
Agora, adicione os seguintes ingredientes à massa já preparada:
- 100g de açúcar
- 1 colher de sopa rasa de sal
- 100g de margarina ou manteiga (ver pelo tamanho do tablete)
- 3 ovos
- 250ml de água
- 800g de farinha (aproximadamente)
Misture com as mãos até obter uma mistura homogênea; colocar mais farinha se ainda estiver grudando mas não colocar demais se não fica seco. Quando estiver uma massa homogênea e sem grudar, termine o processo de sovar sobre uma superfície lisa com farinha por cima. Deixe a massa descansar novamente por 30 minutos.
Aproveitando esse tempo extra, é hora de se dedicar para fazer as coberturas!
Cobertura de açúcar
- 1 xícara de açúcar de confeiteiro
- 3 colheres de sopa de água (ou leite)
- 2 colheres de café de groselha (caso queira deixar a cobertura rosa)
- 1 clara de ovo (opcional, para dar uma consistência mais quebradiça)
Cobertura de chocolate
- 1 barra de chocolate
- 1 xícara de leite em panela
Cobertura “bolinho de chuva”
- Açúcar
- Canela em pó (a ponto de dar uma “corzinha” ao açúcar)
Em ambos os casos, aquecer em fogo brando, misturar até derreter e continuar até engrossar; mexendo rápido, evita de espirrar (já que não dá tempo das bolhas crescerem muito e estourarem) e de grudar no fundo (o movimento contínuo evita a deposição).
Voltando à massa, ela terá crescido bem após deixá-la descansando. Fica o truque para cortar metade dela para trabalhar, e depois usar a outra metade, assim não precisa de uma superfície tão grande de trabalho.
Esparrame a massa em uma superfície plana com farinha usando um rolo de modo que ela fique com 1 centímetro de altura. Corte a massa com um copo e uma tigela (para fazer maior) ou um copo e uma tampinha (para fazer menor). Com a massa que sobrou, junte com o restante e ir recortando até a última rosquinha, que será apenas um rolinho com as pontas juntas (em formato de rosca também).
Deixe as massas cortadas descansando por 30 minutos – sim, ainda vão crescer um pouco mais! Note que as primeiras rosquinhas cortadas já terão descansado um tempo considerável e podem ser fritas antes, então organize-se para saber as que descansaram mais e as recém cortadas.
Para fritar, encha uma panela com óleo e deixe esquentar um pouco. Então coloque a massinha sobre a escumadeira e escorregue para dentro do óleo. Deixe uns 30 segundos e vire para fritar do outro lado por mais 30 segundos, de modo que os dois lados fiquem dourados. Deixe as roquinhas fritas em um papel para sugar o excesso de óleo. Se começar a fritar muito rápido, é porque o óleo está muito quente. Nesse caso, tire a panela do fogo por uns 2 minutos e continue trabalhando normalmente; depois, retorne com a panela para o fogo.
Quando passa de 170 ºC, o óleo se incorpora ao alimento, realçando suas qualidades. A gordura aquecida faz o alimento desenvolver odor, cor e textura. Antigamente, o comum era realizar a fritura em gordura animal, geralmente a banha de porco – veja mais sobre como aconteceu essa mudança no episódio do Mais Café sobre banha de porco.
Por fim, segure a rosquinha de modo a raspar uma das metades na cobertura e deixe-a virada com a cobertura para cima esperando esfriar. Repita o processo para todas. No caso do açúcar com canela, pode-se colocar essa mistura junto com os donuts em uma embalagem fechada (por exemplo, um Tupperware) e chacoalhar até que a mistura grude em todas as rosquinhas.
Essa receita rendeu 52 rosquinha pequenas (5 cm de diâmetro), 9 grandes (10 cm de diâmetro) e 2 quadradas (aproximadamente mesmo tamanho das redondas), após quase duas horas de preparo.
Agradecimento especial à minha esposa, Eliana Reis, que cozinha muito bem e que me ajudou bastante nessa minha ‘aventura’ na cozinha, e evitou que acontecesse isso rsrs:
Fontes
Ficou bom? =P
Lembra daquele episódio que o Chapolin pergunta “Como está o café?” e o papagaio responde “Uma droga!”? Então… kkkk Brincadeira, o pessoal gostou, e eu também achei que ficou bom.
AHASHHAHAHSAHSHAHAHAH
Estão bem bonitos! Você podia gravar um vídeo mostrando o processo, fiquei com vontade de fazer, mano.