Évora é uma cidade situada no coração do Alentejo, no sul de Portugal. A área foi habitada desde o período neolítico, por volta de 5000 a.C., como evidenciado pelos diversos artefatos arqueológicos encontrados na região, como cerâmicas, ferramentas de pedra e vestígios de habitações. Durante a Idade do Bronze e a Idade do Ferro, a região continuou a ser habitada por povos pré-celtas e celtas, com vestígios de assentamentos e fortificações encontrados em áreas circundantes.
Existem monumentos megalíticos estão distribuídos em toda a região de Évora e arredores, formando um complexo cultural e histórico que remonta à pré-história e incluem menires, antas e dolmens. O Cromeleque dos Almendres é o exemplo mais proeminente desses monumentos na área de Évora. Este cromeleque é um dos maiores e mais bem preservados da Europa, datando do período neolítico, por volta de 6000 a.C. a 4000 a.C. Ele consiste em cerca de 95 pedras dispostas em dois círculos concêntricos, com um alinhamento de pedras em direção ao nascer do sol no solstício de verão. Na estrada que liga o local à cidade, está também o Menir dos Almendres – suas inscrições diferem dos menires encontrados no Barlavento algarvio, sugerindo expressões culturais distintas (Goufa, Eliana. NAP/UAlg). Em outro ponto, a Anta Grande do Zambujeiro é uma câmara funerária megalítica esculpida na encosta e construída com enormes lajes de granito.
A cidade propriamente dita foi fundada pelos romanos no século I a.C. Évora foi originalmente conhecida como “Ebora Cerealis”, indicando a importância agrícola e o cultivo de cereais na região naquela época. Sob o domínio romano, a cidade prosperou como um importante centro administrativo e comercial da região, beneficiando-se de sua localização estratégica nas rotas comerciais.
O templo Romano de Évora (também conhecido como Templo de Diana) é um dos monumentos mais emblemáticos da cidade. Construído no século I d.C., é dedicado à deusa romana Diana e é um dos mais bem-preservados templos romanos na Península Ibérica. As muralhas de Évora remontam também à época romana, sendo expandidas e reforçadas na Idade Média, com torres de vigia e portões circundando o núcleo urbano.
Durante o período visigótico, Évora manteve sua importância, embora tenha sido palco de lutas entre visigodos e mouros no século VIII, quando a região foi conquistada pelos muçulmanos. Os mouros deixaram um legado marcante na cidade, refletido em suas ruas sinuosas, fontes e muitos dos edifícios que ainda estão de pé hoje. A reconquista cristã da cidade ocorreu no século XII, durante o reinado de Afonso I de Portugal, também conhecido como Afonso Henriques.
A Catedral de Évora (Sé de Évora) é uma imponente catedral gótica que remonta ao século XIII, é uma obra-prima arquitetônica com influências de diferentes estilos ao longo dos séculos. Seu claustro é particularmente notável, oferecendo uma atmosfera tranquila e vistas deslumbrantes sobre a cidade. Mas provavelmente seu ponto alto (literalmente) é poder subir diretamente sobre o telhado da igreja e apreciar a vista de toda a cidade por diferentes ângulos.
A Capela dos Ossos, ou “Capela de São Francisco”, em Évora, Portugal, foi construída entre os anos de 1460 e 1510. Este intrigante local, situado ao lado da Igreja de São Francisco, é famoso por suas paredes e pilares revestidos com os ossos e crânios de aproximadamente 5.000 monges, um espetáculo macabro projetado para refletir sobre a transitoriedade da vida e a inevitabilidade da morte.
No século XVI, durante o Renascimento, Évora viveu um de seus períodos mais prósperos. Tornou-se um importante centro cultural e intelectual, com a fundação da Universidade de Évora em 1559, uma das mais antigas do país. Neste período, muitos dos edifícios religiosos e civis mais emblemáticos da cidade foram construídos ou renovados, incluindo a Catedral de Évora, o Templo Romano, e a Capela dos Ossos.
O Palácio de Dom Manuel, também conhecido como Palácio Real de Évora, foi construído no início do século XVI, durante o reinado de Dom Manuel I de Portugal. A construção começou por volta de 1508 e foi concluída cerca de 1511. Situado no centro histórico de Évora, é um excelente exemplo da arquitetura manuelina, caracterizada por elementos decorativos intricados, influências góticas e renascentistas, bem como pelo uso abundante de símbolos marítimos, refletindo a era dos Descobrimentos portugueses. Ele está localiazdo junto ao Jardim Público de Évora.
O aqueduto em pedra da Água de Prata também data do século XVI. Ele fornecia água à cidade, e atualmente ainda está em parte intacto, com seus arcos majestosos que se estendem pela paisagem circundante. Assim como as muralhas, partes foram modificadas ou mesmo demolidas ao longo dos séculos, à medida que Évora se expandia para além de seus limites originais.
No entanto, como grande parte de Portugal, Évora não escapou dos efeitos da Inquisição e da perseguição aos judeus e outros dissidentes religiosos. Muitos foram forçados a converter-se ao cristianismo ou enfrentar a morte. Nos séculos seguintes, Évora continuou a ser um importante centro cultural e político, mas também testemunhou períodos de declínio e conflito, como durante as invasões napoleônicas no início do século XIX e a Revolução Liberal de 1820.
Hoje, Évora é reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO, graças à sua rica herança histórica e arquitetônica, que atrai visitantes de todo o mundo. A cidade continua a ser um destino cultural vibrante, onde os vestígios do passado convivem harmoniosamente com a vida contemporânea, proporcionando uma experiência verdadeiramente única para todos os que a visitam.
Outras cidades da região
Conhecida por suas impressionantes fortificações e muralhas, Elvas é uma cidade fortificada que testemunhou séculos de história militar. Suas fortificações, incluindo o Forte de Nossa Senhora da Graça, são Patrimônio Mundial da UNESCO.
Monsaraz é uma pitoresca vila medieval, localizada no topo de uma colina, oferece vistas deslumbrantes do Alentejo. Suas ruas de paralelepípedos, casas caiadas de branco e vistas panorâmicas do Lago Alqueva atraem visitantes em busca de charme rural e autenticidade.
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