Os parques eólicos vem mostrando uma boa possibilidade de produzir energia limpa e renovável, cada vez mais presente na matriz energética de vários países. No entanto, dificuldades técnicas ligadas ao enorme tamanho das pás e impactos como poluição sonora e danos à fauna também impulsionam pesquisas para usar a força dos ventos para gerar energia elétrica de outras formas.
Os primeiros moinhos surgiram com a procura do homem em moer grãos para produção de farinha, irrigar plantações e moer vegetais para extração dos sucos de forma mais prática. A mesma base do mecanismo do moinho de vento é mantida até hoje para construção deles. No entanto, existem alterações conseideráveis nas hélices externas, que atualmente são mais aerodinâmicas e potencializam mais a força do vento, além de menores e mais silenciosos.
Em 1860, foi criado o primeiro gerador eólico de energia que trabalhava basicamente transformando uma energia em outra: o vento em eletricidade. Nos aerogeradores eólicos com hélices a energia é captada através destas, que fazem girar o rotor e este transmite para o gerador. Mais recentemente, pesquisas foram realizadas para aproveitar melhor o potencial eólico, chegando a abolir as grandes hélices.
Em 2012, a Saphon Energy criou um novo modelo de usina eólica que aproveita 80% mais energia do vento que as convencionais, baseadas em turbinas. A Saphonian, como foi batizada, se inspira nas velas dos barcos para colher a energia cinética do vento e, por meio de pistões e hidráulica, convertê-la em energia elétrica.
O funcionamento da usina eólica sem hélices é bem simples. O disco, que lembra uma antena, fica posicionado contra o vento. A força do vento causa oscilações no aparelho, para a frente e para a trás. O movimento dessas oscilações é transferido para pistões, que podem ser ligados a um acumulador, para guardar energia, ou em um gerador, no caso da necessidade de eletricidade instantaneamente.
Alguns anos depois, a startup espanhola Vortex Bladeless criou um gerador de energia eólica formado por um cilindro sem nenhuma hélice acoplada. O aparelho funciona verticalmente, balançando conforme o vento passa. Com as vibrações geradas pelo movimento, tem-se a produção de energia.
“Na mecânica dos fluidos, à medida que o vento passa por um corpo contundente, o fluxo é modificado e gera um padrão cíclico de vórtices. Uma vez que a frequência dessas forças está próxima o suficiente da frequência estrutural do corpo, este último começa a oscilar e entra em ressonância com o vento. Isso também é conhecido como vibração induzida por vórtice.”
O cilindro no interior do gerador foi projetado para tirar o máximo proveito na captação de energia, tendo por isso uma boa capacidade de vibração e rigidez. Este adapta-se rapidamente às mudanças repentinas do vento, bem como aos fluxos de ar turbulentos em ambientes urbanos.
Segundo a empresa, os primeiros testes do aparato mostraram uma geração de energia 30% mais barata que os aerogeradores com hélice, devido aos baixos custos de instalação e manutenção. Ela também afirma que a tecnologia é capaz de aproveitar localizações em que a geração de vento é menor; normalmente, os geradores convencionais precisam de uma velocidade mínima para conseguir gerar energia. Um beneficio interessante para vir a ser alternativa na produção de eletricidade eólica doméstica.
Fontes
Muito bom esse artigo, Não sabia desse avanço na captação da energia eólica.