Destinos turísticos exóticos – parte 1

A ONU define turismo como a atividade do viajante que visita uma localidade fora de seu entorno habitual, por período inferior a um ano, e com propósito principal diferente do exercício de atividade remunerada por entidades do local visitado. Ou seja, é muito mais amplo do que só visitar os pontos turísticos clássicos e lotados de turistas, em que cobram caro simplesmente porque a demanda é alta. Por exemplo, o Brasil no período da Copa do Mundo de futebol de 2014 (veja essa matéria do UOL a respeito: Brasil pode fazer gol contra com preços abusivos na Copa). Existem alguns destinos considerados exóticos: geralmente lugares distantes e de difícil acesso, mas que valem a pena pelas belezas naturais, aventura e não estarem lotadas de turistas e prestadores de serviços. O site Ezotrips aborda muitas dessas viagens, a partir de relatos de um guia de turismo internacional com mais de 18 anos de experiência. Selecionei alguns roteiros que mais me atraíram:

Lapônia

A Lapônia pertence à região norte da Finlândia e é parcialmente ocupada pelo povo “saami”, que mantém a sua forma ancestral de vida ligada à criação de rebanhos de renas. As colinas e os vales da Lapônia mantêm-se cobertos de neve durante o longo Inverno. A partir de junho tem início a época do Sol da Meia-Noite, ou seja, o Sol começa a não se pôr nos territórios mais setentrionais. Um vôo de cerca de 50 minutos leva o viajante de Helsinque, capital do país, ao aeroporto de Rovaniemi. Diante do portão de desembarque, existem quatro grandes renas iluminadas. No caminho para a cidade, uma placa indica a vila do Papai Noel.

Albânia

Bunkers na Albânia
Bunkers na Albânia

O país tem praias tão bonitas quanto as da Grécia, sítios arqueológicos e colinas. Muito conhecido pela pobreza, crime e corrupção, sua principal marca é o passado comunista. A Albânia foi o único país comunista da Europa que rompeu com a União Soviética, o que ocorreu nos anos 50. Aí se aliou à China, tornado-se o único aliado europeu da China. Mas nos anos 80, quando a China começou a fazer reformas na economia, a Albânia rompeu com a China também. Por todo o lado se vêem bunkers (construções feitas para manter os ocupantes a salvo de guerras ou desastres que estejam ocorrendo na superfície). Há 800 000 em todo o país, e são visíveis como pequenos cogumelos, nas cidades, perto das casas, nos prados. Através das estradas, vê-se bunkers transformados em galinheiro, ponto de ônibus, curral de vacas, horta e com gente morando dentro. O idioma local é indecifrável e ninguém fala inglês, porém muitos entendem italiano, por causa das transmissões da RAI (rede de televisão da Itália). No final dos anos 60 a Albânia ainda se tornou o único país oficialmente ateu do mundo, e foram fechadas igrejas e mesquitas, mas atualmente é um país de maioria muçulmana. Veja mais sobre a história de isolamento político do país e da construção dos bunkers na matéria O país que construiu mais de 100 mil bunkers durante a Guerra Fria.

Acre

Localizado no extremo oeste do Brasil, o Parque Nacional da Serra do Divisor conta com extensa área não alterada pelo ser humano. No interior do Parque, à margem direita do Rio Moa, que desenvolve um traçado de curvas cheias de meandros, habita a população indígena Nukini. Após a confluência desse rio com o Igarapé Pedernal, forma um cânion de excepcional beleza. O Buraco da Central, aberto pela Petrobrás para prospecção de petróleo em 1930, mede aproximadamente um metro de diâmetro, jorrando água sulfurosa e de temperatura um pouco mais alta que a do rio Moa. No encontro das águas sulfurosas com o rio, uma nuvem de vapor sobe pelo ar. Há também registros da existência de fósseis às margens do Rio Juruá. O parque não possui infra-estrutura. A cidade mais próxima, Cruzeiro do Sul, está a dois dias de barco. Partindo da capital Rio Branco até Cruzeiro do Sul, o acesso é aéreo. Também de Rio Branco sai uma estrada até o Pacífico (conhecida como Interoceânica) e que um dos ramos passa em Cusco, a cidade de onde se pode chegar a Machu Picchu (a capital do antigo império Incas, no topo da Cordilheira dos Andes), e o outro ramo passa pelo lago Titicaca e parte do deserto do Atacama (veja mais sobre essa rodovia na reportagem Caminho para o Pacífico). Veja mais sobre Rio Branco e Acre clicando no link.

Nazca

Linhas de Nazca
Linhas de Nazca

As famosas Linhas de Nazca, situadas próximo à costa, são desenhos que só podem ser vistos do alto, em pequenos aviões. Observados do chão não passam de sulcos no solo macio e arenoso de um deserto sem areia. Escavados entre os anos de 900 a.C. e o de 600 d.C., formam enormes e diferentes desenhos que vão de animais a figuras geométricas, e cuja construção e serventia permanecem incógnitos.

Costa do Esqueleto

Localizada na Namíbia (oeste da África), possui vários barcos encalhados na praia. Centenas de náufragos já acreditaram estar salvos quando puseram os pés em terra firme, só para depois descobrir a morte lenta que os aguardava no Deserto de Namib: uma terra inóspita que se esparrama por 1600 quilômetros com dunas de areia, a névoa, falta de água, os horizontes intermináveis e leões. Para chegar lá, pode-se pegar um avião monomotor na capital, Windhoek, e voar até um acampamento estrategicamente localizado no meio do deserto e dotado de uma infra-estrutura razoável ou então dirigir mais de 300 km de Windhoek até Swakopmund, no litoral, mais 70 km de asfalto até Hentiesbaai e finalmente uma longa estrada de areia de 250 km até o último posto de abastecimento, em Torrabaai.

Veja Antártida e outros destinos nos slides de Geografia e na parte 2 desse artigo.

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