Em seu sentido mais amplo, um texto é uma exposição da mensagem que o autor quer transmitir – mesmo não sendo escrito. Já a redação é necessariamente um texto escrito, seja ele feito à mão ou digital. Existem diferentes gêneros textuais, como crônica, romance, resenha, conto, carta, notícia, artigo de opinião e dissertação, cada tipo com suas próprias regras.
Uma dissertação, comum em processos seletivos e textos profissionais, segue uma estrutura bem clara:
- Introdução – tese e ponto de vista;
- Desenvolvimento – argumentos com informações confiáveis;
- Conclusão – proposta de intervenção, com soluções às questões levantadas.
Apesar dessa diversidade de estruturas, existem alguns princípios básicos para uma boa redação:
- clareza – não fuja do tema
- correção textual – domínio do idioma em que escreve
- coesão entre as ideias apresentadas – certifique-se de que seguem um raciocínio lógico
- adequação ao público-alvo – não adianta escrever um texto muito técnico para um leitor leigo no tema
Como ganhar familiaridade com essas práticas? O primeiro passo é desenvolver um hábito de leitura. Assim, você estimular o cérebro e ajuda na compreensão e organização do raciocínio, além de ampliar o vocabulário e permitir com que a grafia das palavras seja assimilada mais facilmente. Escolhendo leituras informativas, você também aumenta seu poder argumentativo.
A escrita é uma habilidade que precisa ser aprimorada, ou seja, quanto mais você pratica, melhor fica a sua redação. Pratique a leitura crítica, na qual o escritor questiona seu texto no nível da palavra, da frase e da estrutura. Ao perceber qualquer deslize rescreva-o, reestruture-o, dê uma nova redação, pense melhor no que você quer comunicar.
Mostre seu texto para outras pessoas e peça uma avaliação. Também pergunte o que entenderam do texto que escreveu, para ver se o tom do texto está correto (sem indiretas ou sarcasmos, por exemplo) e se conseguiu transmitir sua ideia (às vezes, pelo modo que escreveu o texto, pode transmitir uma ideia equivocada da opinião que desejava transmitir ao idealizar o texto).
Dicas de redação
Um livro é dividido em capítulos e cada um deles é dividido em parágrafos. Estes, por sua vez, são compostos por períodos nos quais se alojam as idéias. É possível, então, reconhecer vários níveis de organização das idéias. Não importa a extensão do conteúdo, o autor deverá ter sempre a capacidade de estruturar suas idéias.
Além de escrever as palavras corretamente e com acentuação correta, deve-se atentar também ao uso de vírgulas e outras pontuações. Elas são importantes na interpretação do texto, e não espaços para tomar folego durante a leitura. Veja esses dois exemplos:
- Frase 1: Estou vendendo, meu filho não usa mais.
- Frase 2: Estou vendendo meu filho, não usa mais.
Na frase 1, a interpretação do texto é de que a mãe está vendendo alguma coisa que o filho não usa mais. Já na frase 2, a ideia é que o filho dela que está a venda, por não usá-lo mais. Esse é um exemplo extremo, mas várias sutilezas podem estar escondidas em textos com pontuação deficitária. Como ter certeza que a frase “você não tem coragem” é uma pergunta ou uma afirmação se ela não termina com o ponto de interrogação?
Dentre outro procedimento importante na composição de textos estão os aspectos estilísticos. A lista a seguir foi passada por uma professora nas aulas de português e redação onde estudei, com dicas de estilo provavelmente baseadas nos problemas mais comuns encontrados por ela durante a correção de redações:
- Evite começar frases com as palavras: porque, sim, não, e, mas, então, daí…
- É desnecessário o uso dos pronomes pessoais frente ao verbo porque em português a própria terminação já o indica (canto, cantamos), assim como os pronomes possessivos, por exemplo “Eu vou lavar meus cabelos” (incorreto) e “Vou lavar os cabelos” (correto).
- Não utilizar a palavra fim ou “the end” ao terminar a redação.
- Empregar o pronome você somente no discurso direto.
- Só empregar a abreviatura etc. quando houver enumerações longas.
- Só usar a palavra onde quando o antecedente for indicativo de algum lugar: casa onde moro.
- Ao emitir a sua opinião sobre determinado assunto, não utilizar as expressões: eu acho que, na minha opinião.
- Não construir frases do tipo: As crianças saíram. Estando a professora com elas.
- Não combinar diferentes espécies de narrador: narre em 1a pessoa ou em 3a pessoa.
- Evite frases longas.
- Evite também o uso de adjetivos inexpressivos (significação muito ampla): bonito, bacana, interessante, legal.
- Não começar frases com pronomes oblíquos.
- Esteja atento à prolixidade: Há muitos anos, em tempos bastante remotos, dos quais não temos mais nem lembrança, aconteceu este fato antigo.
Já essa outra lista foi montada a partir de contra-exemplos engraçados da internet, onde dicas de como escrever bem já são quebradas em seus próprios enunciados:
- Evite ao máx. a utiliz. de abrev. em docs., corresp., proj., etc.;
- É desnecessário lançar mão do emprego de um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico;
- Anule aliterações altamente abusivas;
- não esqueça de iniciar as frases com letra maiúscula;
- Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz;
- O uso de parêntesis (mesmo quando for relevante) é desnecessário;
- Estrangeirismos estão out. Palavras da sua língua de origem estão in;
- Dispense o emprego da gíria. Ninguém merece isso, mesmo que pareça maneiro, valeu?;
- Jamais use palavras de baixo calão, porra! Elas podem deixar seu texto escroto e ninguém vai gostas de ler essa merda;
- Nunca generalize: generalizar é sempre um erro;
- Evite repetir a mesma palavra pois essa palavra vai se tornar uma palavra repretitiva. E a repetição dessa palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde se encontra a palavra repetida;
- Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: “Quem cita os outros não tem ideias próprias”;
- Frases incompletas podem causar
- Evite o pleonasmo. Você não precisa dizer a mesma coisa de maneiras diferentes. Isto é, basta mencionar cada argumento apenas uma vez, ou seja, não repita a mesma ideia várias vezes;
- Seja mais ou menos específico;
- Frases com apenas uma palavra? Jamais!
- A voz passiva deve ser descartada;
- Utilize a pontuação gráfica corretamente o ponto e a vírgula especialmente será que você sabe utilizar o ponto de interrogação
- Quem precisa de perguntas retóricas?;
- Conforme recomenda a C.H.E., não use siglas desconhecidas;
- Exagerar é infinitamente pior do que a moderação;
- Descarte as mesóclises. Repita comigo: “Mesóclises: descartá-las-ei!”;
- Analogias na escrita são tão úteis quanto termas na letra U;
- Não abuse das exclamações! Nunca! Não brigue com o leitor! Seu texto ficará horrível!;
- Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da ideia nelas inserida e, por conterem mais que uma ideia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, desta forma, o humilde leitor a separá-los nos seus diversos componentes, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo de leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases curtas;
- Cuidado na hortografia, para naõ estrupar a limgua portugeza;
- Seja incisivo e coerente, ou não;
- Não fique escrevendo no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e estará causando ambiguidade, além de estar sendo esquisito, pois vai ficar com a sensação de que as coisas ainda estarão acontecendo;
- Outro bagulho que você deve evitar é usar expressões que entreguem a região onde você mora, brother;
- Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá aguentar, já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo, sem parar.
Diria também: evite listas muito longas, pois elas ficam muito cansativas. =)