A linguagem é a capacidade do ser humano de se comunicar, seja através da oralidade, escrita, imagens, gestos, músicas, etc. Para que a outra pessoa entenda, é necessário haver adequação de linguagem. Por exemplo, o uso de abreviações de internet em um e-mail formal do trabalho pode gerar falta de entendimento se um dos lados não conhece uma ou mais palavras utilizadas pelo outro.
Regionalismos, palavras de outros idiomas ou siglas e termos específicos de uma área podem trazer um ruído extra na comunicação conforme a origem e costumes das pessoas envolvidas. A linguagem não pode ser usada sempre da mesma forma, pois depende de contexto, interlocutores e objetivo. Por isso mesmo, não deve-se classificar a linguagem como certa ou errada, e sim como adequada ou inadequada.
Na linguagem escrita, é de se esperar que todos utilizem uma mesma norma para que todos compreendam a mensagem. Seu uso tem crescido bastante através de mídias sociais, como Facebook, Twitter e Whatsapp. Nesses meios, é adequada a comunicação utilizando a forma coloquial do português, mas não é o mesmo de um ambiente profissional. As empresas avaliam a comunicação como um todo, sendo uma competência bastante considerada quando se pensa em contratar ou promover alguém. Erros de português em currículos ou redações de processos seletivos, assim como gírias e vícios de linguagem (‘tá’, ‘né’, …) na entrevista – se você não lê, não tem vocabulário e não consegue se expressar bem para diferentes públicos.
Veja algumas confusões geralmente feitas ao tentar escrever certas palavras (os famosos “principais erros de português que as pessoas fazem”):
Não escreva …
Escreva Assim …
A nível de governo federal (com status de)
Em nível de governo (ou melhor, no âmbito de governo federal)
A grosso modo
Grosso modo
Ao meu ver
A meu ver
Agente
A gente (separado, quando é junto vira “agente secreto”)
Andá (ação)
Andar (verbos no infinitivo terminam com r)
Aonde você está?
Onde você está? (‘onde’ é usado com verbos que expressam a ideia de estado ou permanência, e ‘aonde’ é usado com a ideia de movimento)
A fim (quando separado, indica ideia de finalidade, objetivo)
Em baixo
Embaixo (junto)
Encima
Em cima (separado)
Encontrarão (passado)
Encontraram (o verbo termina com ‘m’ no passado e com ‘ão’ no futuro, como na frase ‘eles comeram muito hoje pois sabem que amanhã não comerão mais’)
Entre eu e ele
Entre mim e ele
Entregar em mãos
Entregar em mão (ninguém escreve ‘a mãos’, nem fica ‘em pés’)
Essa briga, não me abateu
Essa briga não me abateu (não se separa sujeito e predicado com vírgula)
Há 10 anos atrás
Há 10 anos (ou 10 anos atrás)
Iorgute
Iogurte
Isso vai de encontro às minhas ideias (indicando concordância)
Isso vai ao encontro das minhas ideias (ir ‘de encontro’ indica oposição, enquanto que ir ‘ao encontro’ indica convergência, concordância)
Junto a
No/ao (não renegocie uma dívida junto aos credores e sim com os credores)
Maiores informações
Mais informações (não existem informações maiores ou menores)
Mais (oposição)
Mas (a não ser que esteja falando de somar, como em ‘dois mais dois são quatro’)
Meia cansada
Meio cansada (sempre no masculino; meia cansada indicaria que você está metade cansada e metade descansada, ou é uma meia de alguém que correu muito :P)
Meio-dia e meio
Meio dia e meia (já que se refere a ‘meia hora’)
Menas
Menos (sempre, mesmo que esteja no feminino; ‘menas’ não existe)
Mendingo
Mendigo
Mortandela
Mortadela
Nada haver
Nada a ver
No aguardo
Ao aguardo
Nóis aprende
Nós aprendemos (ou a gente aprende)
O mesmo
Ele (o termo ‘o mesmo’ não serve para substituir uma palavra anteriormente dita)
O quanto antes
Quanto antes
Obrigado (dito por mulher)
Obrigada (sempre, se for mulher)
Peguei pra mim comer
Peguei para eu comer (‘mim’ não conjuga verbo; usa-se ‘mim’ depois de preposição, como na frase ‘está tudo certo entre mim e você’)
Porisso
Por isso
Porque (em pergunta)
Por que se usa separado em perguntas e junto em explicações
Quiz
Quis (a não ser que esteja falando daqueles jogos de perguntas e respostas)
Rúbrica
Rubrica
Segue anexo a foto
Segue foto em anexo (ou fazer a palavra concordar em gênero e número: ‘segue foto anexa’, já que foto está no feminino)
Sujeito a guincho
Sujeito a guinchamento (guincho é o veículo que faz a ação do guinchamento)
Tão pouco (também não)
Tampouco)
Trezentas gramas (peso)
Trezentos gramas (sempre diga no masculino; grama no feminino é aquela da pracinha)
Venda à prazo
Venda a prazo (não se usa crase diante de palavras masculinas; crase é a união da preposição ‘a’ e do artigo feminino ‘a’)
Viajem (substantivo)
Viagem (o verbo ‘viajar’ que usa ‘j’)
Você é mal
Você é mau (mal com ‘l’ é o oposto de bem, e mau com ‘u’ é o oposto de bom)
Vou estar verificando seu cadastro
Vou verificar (ou verificarei) seu cadastro (esse erro é conhecido como gerundismo)
Uma coisa é dizer que “o tráfego está intenso” (ou seja, as ruas estão cheias de carros); outra é dizer “o tráfico está intenso” (muita venda de drogas, por exemplo). Outras palavras parecidas e com significados diferentes são ratificar (confirmar) e retificar (corrigir). O mesmo cuidado vale para expressões como “ao invés de”, que representa oposição, e “em vez de”, que quer dizer “no lugar de”. Outros exemplos podem ser vistos no artigo da revista Exame: 100 erros de português frequentes no mundo corporativo.
Erros de sintaxe também complicam a comunicação. Imagine uma mãe que manda a mensagem para a filha “você está com o seu irmão?” e ela responde “não está na padaria”. A falta da vírgula fez com que a mensagem, que era “ele não está comigo, e sim na padaria”, se transforma em “ele não está na padaria, não sei onde ele está”.
Esses são exemplos de vícios de linguagem: palavras ou construções que deturpam, desvirtuam, ou dificultam a manifestação do pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor. Além do barbarismo e da ambiguidade, existe também a cacofonia, que é o encontro ou repetição de fonemas ou sílabas que produzem efeito desagradável ao ouvido. Ela só é melhor percebida quando a pessoa lê a mensagem, por isso é bom ler o que você escreveu antes de mandar a mensagem.
O pleonasmo consiste numa redundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença. Esse tema é tratado com muito humor nessa esquete do humorista Marcius Melhem:
Veja outros exemplos de vícios de linguagem clicando no link, para assim evitá-los também na comunicação escrita.
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