O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno é uma base da Força Aérea Brasileira para lançamentos de foguetes. Fundada em 1965, se tornou a primeira base aérea de foguetes da América do Sul. No que se refere a lançamentos orbitais, em particular equatoriais, o CLBI presta serviços de rastreio e de segurança de veículos satelizadores lançados do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
Está localizada na Rota do Sol, no município de Parnamirim, a 12 km de Natal/RN, no caminho para o maior cajueiro do mundo, na praia de Pirangi. O nome da região surgiu pelos pescadores da região, em razão de observarem o reflexo do sol nas falésias da base, vermelhas como fogo, sempre que retornavam do mar ao entardecer. Por permanecerem isoladas e protegidas, em escuridão total durante a noite, constitui-se assim em um perfeito refúgio para as tartarugas desovarem, sendo por isso um ponto de trabalho do Projeto Tamar.
Sondas
O CCEIT-CLBI (Centro de Cultura Espacial e Informações Turísticas da Barreira do Inferno) é um espaço dedicado à história das atividades realizadas na Barreira ao longo de toda sua existência. Fica em frente à entrada do CLBI e é aberto ao público.
O Sonda I foi o primeiro foguete da família Sonda de foguetes de sondagem. Ele foi projetado para ser aplicado em estudos da alta atmosfera e se destinava a transportar cargas úteis meteorológicas de 4,5 kg a 70 km de altitude. Ele serviu como escola no campo de propelentes sólidos e outras tecnologias e para o desenvolvimento de foguetes de curto alcance. Desde seu voo inaugural, em 1965, foram realizados mais de 200 experimentos com foguetes desse tipo.
A Estação Meteorológica AN/GMD-1A (e seu gravador AN/TMQ-5) foi utilizada para rastrear sondas meteorológicas automaticamente, na frequência de 1680 Mhz, obtendo dados de pressão, temperatura, umidade relativa do ar e direção e velocidade dos ventos, da superfície até cerca de 30 Km. O CLBI recebeu este instrumento em 1967, época em que era operado por cinco sargentos observadores meteorologistas, que enviavam os dados obtidos para os centros meteorológicos do Serviço de Proteção ao Voo (SRPV) da Diretoria de Rotas Aéreas do Ministério da Aeronáutica.
Em 1966, foi iniciada a construção e instalação da Estação de Rastreio Ótico de Satélites Artificiais BAKER-NUNN no então CLFBI, a partir de entendimentos entre Smithsonian Institution/EUA e a Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CNAE)/Brasil. O objetivo do equipamento, que pesa cerca de três toneladas, era obter dados para pesquisa em mecânica celeste, estudos superiores da atmosfera, geodésia e outros programas astronômicos. A Estação BAKER-NUNN fotografava a passagem de satélites com um filme de alta sensibilidade (2000 ASA) e foi utilizada por mais de dez anos.
O Nike-Apache fez parte do Projeto de Sondagens Aeronômicas com Foguetes na Ionosfera, chamada de Operação SAFO-IONO, um convênio técnico entre a Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CNAE) e a NASA, que teve como objetivo a medição das densidades diurna e noturna de elétrons, fluxo de radiação ultravioleta extremo e fluxo de elétrons na faixa de 1 a 20 elétron-volts na ionosfera, em altitudes de 50 a 200 km. No total, foram realizados três lançamentos do Nike-Apache na Barreira do Inferno.
Além das sondas, está em exposição um avião AT-26 Xavante, o primeiro jato produzido no Brasil – veja mais sobre o avião clicando no link.
Centro Cultural Rampa
Um projeto em execução pretende implantar o Centro Cultural Rampa, que envolve o Museu da Rampa e o Memorial do Aviador, às margens do rio Potengi, em Natal. O Museu da Rampa terá, dentre várias atrações, uma área de exposição permanente com acervo ligado à história da aviação e da 2ª Guerra Mundial. No local, funcionava a Rampa de hidroaviões da PanAir e também foi construída a primeira avenida pavimentada da região, que servia como pista para os aviões norte-americanos durante a 2ª Guerra Mundial. Mais detalhes podem ser vistos nessa reportagem sobre os restauros e no site “TOK de história” sobre A importância do sítio histórico da Rampa para a aviação brasileira e sua situação atual.
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