Algarve

O Algarve, a região mais ao sul de Portugal, é um destino turístico popular, atraindo visitantes de todo o mundo para suas praias deslumbrantes, laranjais, amendoeiras, campos de golfe e rica herança cultural. As ruas dos centros históricos da região mantêm muito do seu carácter nas casas caiadas, nas janelas e platibandas debruadas a cor, nas chaminés rendilhadas e na tranquilidade envolvente.

O clima ameno é um atrativo principalmente para quem mora no norte da Europa, sendo uma região muito badalada no verão. Com exceção da Costa Vicentina e das serras de Monchique e de Espinhaço de Cão, toda a região algarvia possui um clima temperado mediterrânico do tipo Csa: temperado com inverno chuvoso (temperaturas mínima de 8°C/12°C e de máxima 15°C/20°C, precipitação 60-80 mm/mês) e verão seco e quente (temperaturas mínima de 20°C/25°C e máxima de 30°C/35°C, precipitação menor que 10 mm/mês).

Originalmente habitada por povos pré-históricos, como os tartéssios e os celtas, a região foi posteriormente colonizada pelos fenícios, cartagineses e romanos. O nome “Algarve” deriva da palavra árabe “al-Gharb”, que significa “o oeste” – a expressão completa era “al-Gharb al-Ândalus”. Além disso, um “algar” é um termo arcaico que significa “caverna” ou “gruta”, sendo comum encontrá-las ao longo da costa (“algares”).

Durante o domínio muçulmano na Península Ibérica, o Algarve foi uma parte importante do califado de Córdoba. No entanto, no século VIII, começaram as incursões dos reinos cristãos do norte, ansiosos por expandir seus territórios. A conquista cristã da região foi um processo gradual que culminou na batalha de Ourique, em 1139, onde as forças lideradas por Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, conseguiram consolidar o controle sobre o Algarve.

Após a batalha, o Algarve tornou-se um território integral de Portugal. No entanto, a região manteve uma forte influência mourisca em sua cultura, arquitetura e agricultura por séculos após a conquista cristã. A expulsão final dos mouros ocorreu em 1249, quando Faro foi reconquistada pelo rei Afonso III.

Ao longo dos séculos, o Algarve passou por períodos de prosperidade e declínio, influenciados por fatores como a exploração marítima portuguesa durante a Era dos Descobrimentos e a subsequente concorrência com outros impérios coloniais europeus. Durante o século XVIII, a região enfrentou invasões de piratas e conflitos internos. A partir dos anos 1960, a abertura do aeroporto de Faro trouxe turistas de toda a Europa, impulsionando a economia local. A lista de hóspedes estrangeiros é encabeçada pelo Reino Unido, Alemanha, Espanha, França, Holanda, Brasil, EUA, Irlanda, Itália e Polônia.

Atualmente, a estrada nacional N125 é o fio condutor de toda a costa algarvia e que se estende desta cidade até Vila Real de Santo António. Ela segue paralela à autoestrada A22 (pedagiada) e também ao mar, ou seja, dela que partem outras estradas para as regiões costeiras. Com relação ao transporte público, existe uma linha de trem (comboio, em Portugal) que liga Lisboa e outras partes do país até o Algarve até a fronteira com a Espanha – mas não atravessa (ainda). No entanto, devido ao processo de desenvolvimentos das cidades na região, algumas das estações ficaram distantes dos centros urbanos.

Alguns dos concelhos possuem um sistema de ônibus (ou autocarro) que circulam internamente, mas para ir de um para outro é preciso usar as linhas da empresa Vamus Algarve. Existem várias linhas mas os horários são poucos e muitas nem circulam de final de semana, então é bom visitar o site e se planejar. Caso vá fazer muitas viagens em um mesmo trecho, pode ser interessante fazer uma assinatura de linha e comprar o cartão. Por exemplo: em 2024, uma passagem entre Loulé e Faro estava em 5,20 euros mas o cartão para uso ilimitado durante todo o mês estava 37,85 euros.

Mapa do Algarve com principais estradas (em branco) e limites dos concelhos (em preto)
Mapa do Algarve com principais estradas (em branco) e limites dos concelhos (em preto)

A paisagem algarviana é dividida em três principais zonas geográficas: serra, barrocal e litoral. A serra corresponde à área montanhosa, composta por serras como a de Monchique e Caldeirão, onde a árvore predominante nas zonas mais ocidentais é o sobreiro e nas zonas mais próximas ao vale do Guadiana é a azinheira que predomina, ou seja, existe muito ecoturismo. O barrocal, também conhecido como “terra de transição,” é uma faixa de colinas e vales entre a serra e o litoral, onde predomina a agricultura, especialmente a de amendoeiras, oliveiras e alfarrobeiras. O litoral, por sua vez, abrange a costa atlântica, famosa pelas suas praias e falésias. Apesar do clima relativamente seco, existem diversas fontes de água no barrocal e também na região serrana, como a Leitejo (Cachopo/Tavira), Fonte Férrea (uma em São Brás do Alportel, seca no verão, e outra em Cachopo, com piscina pública) – veja mais nos posts dos concelhos e no site Aquilégio ICS da Universidade de Lisboa.

A zona ocidental do Algarve é chamada de barlavento, ou barlavento algarvio, e situa-se na faixa entre Vila do Bispo e Albufeira. Este termo náutico refere-se à parte da embarcação que está voltada para o lado de onde o vento sopra e acontece que é precisamente de oeste que sopram os ventos dominantes no Algarve, daí se ter começado a usar esta designação. A leste, está o Sotavento algarvio.

De modo geral, as praias do Barlavento são conhecidas por grandes falésias, praias curtas e as furnas (ou algares), que são resultado da erosão mecânica e química da água da chuva e do mar. Já as praias do Sotavento costumam ser compridas e separadas do continente pela Ria Formosa ou braços dessa área alagadiça de água salobra.

Conheça um pouco das cidades a seguir (algumas possuem posts próprios com link no nome da cidade):

Barlavento

  • Vila do Bispo (EM BREVE)
  • Lagos (EM BREVE)
  • Portimão (EM BREVE)
  • Lagoa (EM BREVE)
  • Albufeira (EM BREVE)
  • Silves
  • Monchique
  • Aljezur

As freguesias de Armação de Pêra e de Alcantarilha e Pêra são as únicas do concelho de Silves que estão no litoral. Suas praias são extensas e contínuas. Uma das principais atrações é o Castelo de Silves, que fica na freguesia de Silves (a mais populosa) a 15 km de Armação da Pêra. O castelo é uma imponente fortaleza construída pelos mouros no século XI, que oferece vistas panorâmicas da cidade e do rio Arade. O centro histórico de Silves é repleto de edifícios tradicionais, como a Catedral de Silves, um exemplo de arquitetura gótica, e o Museu Municipal de Arqueologia, que abriga artefatos que contam a história da região desde os tempos pré-históricos até a era medieval. Para fechar o dia, pode-se desfrutar de uma caminhada ao longo das margens do rio Arade apreciando a ponte romana.

Em Monchique, uma das principais atrações é a Serra de Monchique, uma cadeia de montanhas cobertas por densas florestas de sobreiros e eucaliptos, onde os visitantes podem desfrutar de caminhadas, passeios de bicicleta e observação da vida selvagem. As Caldas de Monchique, uma estância termal situada no coração das montanhas, oferece banhos terapêuticos, tratamentos de spa e águas minerais ricas em minerais. O centro histórico de Monchique é repleto de ruas de paralelepípedos, casas tradicionais e pequenas lojas que vendem produtos locais, como mel e aguardente de medronho. Além disso, os visitantes podem explorar o Miradouro da Picota, que oferece vistas deslumbrantes da paisagem circundante e do litoral distante, ou visitar o Museu Municipal de Monchique, que apresenta exposições sobre a história e a cultura da região.

Uma das principais atrações de Aljezur é o Castelo de Aljezur, uma antiga fortaleza mourisca situada no topo de uma colina, que oferece vistas panorâmicas do campo circundante e do rio Aljezur. O centro histórico da vila é caracterizado por suas ruas estreitas de paralelepípedos, casas caiadas de branco com chaminés rendilhadas e pequenas lojas de artesanato, onde os visitantes podem encontrar produtos locais, como cerâmica e rendas. As praias de Aljezur, como a Praia da Arrifana e a Praia do Monte Clérigo, são ideais para surfar, nadar e fazer caminhadas ao longo da costa selvagem e intocada. Além disso, os amantes da natureza podem explorar o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, que oferece trilhas deslumbrantes, observação de aves e oportunidades para avistar a vida selvagem local, como a cegonha-branca e a águia-pesqueira. A praia de Odeceixe está junto ao rio Miran, na divisa entre as praias do Alentejo e do Algarve.

Sotavento

  • Loulé (EM BREVE)
  • São Brás de Alportel (EM BREVE)
  • Faro (EM BREVE)
  • Olhão (EM BREVE)
  • Tavira (EM BREVE)
  • Vila Real de Santo António
  • Castro Marim
  • Alcoutim

O concelho de Vila Real de Santo António está dividido nas freguesias de Vila Nova de Cacela (separada das outras palo concelho de Castro Marim), Monte Gordo e Vila Real de Santo António. A pequena aldeia de Cacela Velha, com suas suas casas brancas em torno da igreja, fica numa colina e que oferece uma bela vista sobre o mar. A Vila Real de Santo António, construída segundo um projeto do Marquês de Pombal em 1774, quase faz lembrar a baixa de Lisboa, com ruas simétricas que mais parecem um quadriculado. Atualmente é um importante porto de pesca do Algarve e acolhe muitos turistas espanhóis, cuja ligação é feita através de uma ponte que liga os dois países um pouco mais a norte do centro. Esta cidade foi edificada na margem do Rio Guadiana e tem a Mata Nacional das Dunas em frente, mas mesmo assim a Praia de Santo António ou Monte Gordo ficam muito perto.

A vila de Castro Marim, a sede do concelho, é uma encantadora mistura de influências árabes e cristãs, refletidas nas suas ruas estreitas e nos seus edifícios históricos. O Castelo de Castro Marim, uma fortaleza imponente que data do século XIII, domina a paisagem e oferece vistas deslumbrantes sobre a região circundante, incluindo a vizinha Espanha. As praias de Manta Rota atraem banhistas e amantes do sol durante os meses de verão, enquanto os pântanos e salinas nas proximidades oferecem um refúgio tranquilo para observação de aves e atividades ao ar livre.

A origem do topónimo Alcoutim é a expressão árabe al-quṭamî, “o falcão real”. Dentre as principais atrações, estão a Praia Fluvial do Pego Fundo (com águas que chegam a 28°C), o Museu de Arqueologia, o Castelo de Alcoutim, a Villa Romana do Montinho das Laranjeiras e os monumentos megalíticos (como os Menires do Lavajo).

Vista da cidade de Alcoutim (esquerda) a partir do Castelo de Alcoutim, com a cidade espanhola de Sanlúcar de Guadiana. Foto: ViniRoger
Vista da cidade de Alcoutim (esquerda) a partir do Castelo de Alcoutim, com a cidade espanhola de Sanlúcar de Guadiana. Foto: ViniRoger

Universidade do Algarve

A Universidade do Algarve (UAlg) é uma instituição pública de ensino superior fundada em 1979 que vem desempenhando um papel vital no desenvolvimento educacional, cultural e científico da região e do país. Ela oferece uma ampla gama de cursos de graduação e pós-graduação em disciplinas que vão desde as ciências naturais e engenharia até as ciências sociais, humanidades e artes. Os campi da UAlg estão distribuídos em Faro (Gambelas e Penha) e Portimão.

A UAlg faz parte da “European Universities of the Seas”, uma iniciativa colaborativa entre várias universidades europeias localizadas em regiões costeiras e marítimas. Seu principal objetivo é promover a cooperação acadêmica e científica no campo das ciências marinhas e costeiras, além de contribuir para a sustentabilidade e gestão dos recursos marinhos. Das universidades que fazem parte, estão a de Cádis (Espanha), Bretanha Ocidental (França), Kiel (Alemanha), Gdansk (Polônia), Split (Croácia), Malta, Nápoles (Itália) e NORD (Noruega).

O site VisitAlgarve tem mais dicas de lugares para se visitar no Algarve e agenda de eventos para todos os concelhos. Veja mais destinos em Portugal ao clicar no link.

Fontes

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