Quanto mais antigo na linha do tempo, maior o peso que se dava às previsões de tempo realizadas pelo conhecimento popular, baseadas nas observações do dia a dia. Previsões climáticas faziam parte dos prognósticos ocultos dos astrólogos, especialmente na Europa, onde seus almanaques com resultados lucrativos ofereceram previsões habilmente formuladas durante todo o ano.
A astrologia, diferentemente da astronomia, é uma pseudociência segundo a qual as posições relativas dos corpos celestes poderiam prover informação sobre a personalidade, as relações humanas, e outros assuntos relacionados à vida do ser humano. No entanto, no início creditava-se aos astros muito mais do que o ser humano, como as condições atmosféricas.
A ferramenta principal da astrologia é o Horóscopo (também conhecido como carta astrológica ou apenas carta). Este mapa é um diagrama bidimensional que representa a posição dos corpos celestes vistos de certo local tendo o Sol como ponto central. Sua interpretação leva em consideração a posição de corpos celestes em relação aos signos do zodíaco, cálculo das dignidades astrológicas (que determinam a força de cada planeta no enquadramento do mapa astrológico), posição absoluta e relativa destes corpos dentro de um dos sistemas de casas astrológicas (12 divisões do céu, estabelecidas de acordo com o local e a hora de nascimento de cada pessoa ou de um evento em específico) e os aspectos astrológicos (relação trigonométrica dos corpos celestes entre si).
A Astrometeorologia tem raízes muito antigas, utilizando as técnicas mais variadas. Entre elas, destaca-se o uso das estrelas fixas, algumas delas de claro significado meteorológico. Dependendo da estrela que se manifestasse em posição angular, era possível prever a chuva, a neve, a seca ou a ventania. As partes arábicas também tinham aplicação semelhante.
As regras básicas de astrometeorologia estão disponíveis no link A Basic Guide to Astro Meteorology, de Kim Farnell. Basicamente, se olha as cartas mundanas (chamadas assim porque são usadas para a previsão no nível mundial) de longo prazo, como as de ingresso solar e eclipses. Tais mapas são calculados para o momento exato do ingresso do Sol nos signos cardinais, ou seja, para o início exato das quatro estações do ano, do ponto de vista astronômico e astrológico. As previsões feitas com auxílio desses mapas são sazonais porque cobrem um período de três meses, exatamente a duração de cada estação. Na sequência, vai se refinando com as características das cartas de curto prazo, como as de luas, ingresso de mercúrio e nascer do Sol. O foco é na casa 4 do mapa, que representa o terreno e mostra 50% do padrão de tempo, e então segue-se para a casa 1, com 25% do padrão; o restante fica nas casas 7 e 10. Os astros nessas casas serão sua previsão de tempo, contra a qual será comparado o tempo real para um período de lunação:
Astros
- Sol – quente, seco, calmo, a menos que em combinação violenta. Primariamente, dá um efeito mais acentuado quando os planetas são mutuamente aparentes, além do Sol em combinação com a Lua, caso em que produz condições meteorológicas extremas. Em conjunção com com Sol/Vênus, tempo turvo ou chuvoso.
- Lua – frio, mais molhado de todos os planetas. A entrada lunar nos sinais cardinais (especialmente Capricórnio) tem um vínculo estreito para registrar a precipitação, especialmente através da angularidade de Júpiter. Vênus e a Lua tendem a ser posicionados em ou perto dos ângulos do gráfico de entrada em chuvas superiores ao normal. O papel da Lua é o de um gatilho.
- Mercúrio – vento, frio para frio, tende a secar. Mercúrio governa o vento e corresponde à alta pressão do bom tempo. Brisas delicadas para ventos de força de furacão podem ser encontradas sob o domínio de Mercúrio. Em conjunção com Saturno, Urano, Netuno e Plutão antes do evento da tempestade pode denotar o tipo de força do vento que eventualmente pode resultar no meio ambiente. As causas caem na pressão do ar. Mercúrio/Urano geram agitações repentinas ou rajadas violentas; Mercúrio/Saturno aumentam constantemente a força do vento (mais chuva quando retrógrado).
- Vênus – uma influência quente e úmida que tende a baixar a pressão. Temperaturas moderadamente quentes e aguaceiros suaves estão entre as marcas registradas de Vênus. No inverno, tende a aumentar a queda de neve ou a chuva gelada. Umidade, influência moderadora, consistentemente molhada. As combinações Vênus/Marte costumam referir-se a tempestades.
- Marte – calor agudo, extremo se combinado com outros planetas violentos. Influência morna e seca. Verões quentes, secas e invernos suaves são alguns dos seus traços.
- Júpiter – brisas acolhedoras e agradáveis, nas condições adequadas pode ser um grande vento, tende a secar. Por si só, Júpiter é considerada uma influência do tempo justo, trazendo condições temperadas e uma atmosfera revigorante. Júpiter aumenta a temperatura.
- Saturno – frio, úmido, duradouro, sombrio, teimoso e determinado. Normalmente produz condições frias e úmidas que podem ser agravadas quando outros astros concordam. As tempestades ou os sistemas de baixa pressão gerados sob Saturno são mais prolongados e generalizados. Queda de temperatura com chuva. O aspecto de Saturno traz um clima frio e sombrio.
- Uranus – frio, seco, gravador, mudanças inesperadas, reversões, instável, tempestades. As massas de ar frio e seco que resultam em inverno congelantes e as frentes frias de verão são atribuídas ao poder de Urano. A pressão alta e as velocidades do vento muito grandes também podem ser encontrados sob sua influência. Súbita, ventosa, chuvosa, fria.
- Netuno – calmo, úmido, névoa, nevoeiro, eventos peculiares e extravagantes, inundações. O poder de Netuno reside na sua capacidade de baixar o barômetro e provocar chuvas torrenciais e condições de inundação. Durante as estações mais frias, as tendências de aquecimento e os descongelamentos são típicos de uma influência Netuno. Seco e quente, tempestuoso.
- Plutão – calmo, violento, extremo, grave e intenso dependendo de outras indicações do gráfico. Alguns acreditam que o efeito de Plutão é semelhante ao de Marte.
Signos
- Áries – quente, quente, seco; um sinal inconstante e pode trazer algum vento.
- Touro – calmo, úmido, uma influência moderadora e pode ser constante; traz a chuva boa para agricultura.
- Gêmeos – tende a frio, seco, dúbio; nuvens em movimento, céu aberto, flutuações de temperatura.
- Câncer – esfriando; molhado, possibilidade de chuva com aguaceiros.
- Leão – quente e seco; sinal mais inconstante; no inverno, derretimento de neve.
- Virgem – frio, seco; frio com ventos; ventoso.
- Libra – calmo, diminui a temperatura ao invés de aquecer; brisas, favorece seca; agradável.
- Escorpião – extremos: muito molhado/seco/quente/frio; opressivo; este sinal intensifica a ação do resto.
- Sagitário – quente, seco, claro e ensolarado; agradável; degelo no inverno.
- Capricórnio – mais frio, tempestades; baixas temperaturas no inverno; pode adicionar calor ao verão; pode ser severo e longo.
- Aquário – frio, seco, duro; tempestuoso; muito mutável; aumenta o potencial de tempestades.
- Peixes – calmo, molhado, suave; sazonável.
Os aspectos astrológicos tradicionais – a conjunção, sextil, quadrado, trígono e oposição – e paralelos de declinação, são chaves importantes na determinação dos padrões climáticos.
A astrometeologia fala usa das posições relativas dos corpos celestes para fazer a previsão de tempo. Mas e o tempo, poderia servir para prover informações sobre a personalidade, as relações humanas e o futuro? É isso que diz a aeromancia, assunto do post do link.
Observação: isso foi o que entendi lendo o guia linkado anteriormente e um post do site Astrologia Tradicional (de Yuzuru Yzawa) e no site Constelar (artigo de Helvécio Herkenhoff Lima). Não entendo de astrologia, mas quis compartilhar essa atividade histórica da tentativa de se fazer uma previsão de tempo.
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