Excelência de empresas e Deuses do gerenciamento

Existem diferentes visões sobre o gerenciamento de empresas. Uma das que achei mais interessante está no livro Deuses do Gerenciamento (1978), de Charles Handy, que aborda essas visões de uma maneira não dogmática. Já sobre a famosa questão de como fazer uma empresa ser bem sucedida, encontrei no livro Em busca da Excelência (1982), de Tom Peters e Robert Waterman.

Prédios na Marginal Pinheiros (Av. Nações Unidas) e Ponte Estaiada, em São Paulo/SP. Foto: ViniRoger
Prédios na Marginal Pinheiros (Av. Nações Unidas) e Ponte Estaiada, em São Paulo/SP. Foto: ViniRoger

Charles Handy (1932-), é um autor e filósofo, especialista em behaviourismo organizacional e gestão. Licenciado por Oxford e MBA pelo MIT, trabalhou na Shell International e como economista na City de Londres. Coordena a London Business School, onde ainda hoje é professor convidado. Aborda muito a emergência de uma nova era marcada pela irracionalidade, paradoxos e incertezas. No livro Deuses do Gerenciamento, Handy descreve e analisa as diferentes culturas organizacionais encontradas e atribui a cada uma delas uma divindade grega figurativa. Foram selecionadas quatro culturas: a do poder, do papel, da tarefa e da pessoa.

Na cultura do poder (ou organização Zeus, o mais poderoso dos deuses), toda autoridade e poder origina-se de uma fonte única, típica de pequenas organizações empresariais e agrupamentos políticos. A cultura do papel (ou organização Apolo, filho de Zeus que representa a ordem e a razão) dá origem a uma burocracia bem-ordenada com posições precisamente definidas, funcionamento constante e previsível, típica de grandes empresas e departamentos de governo. A cultura da tarefa (ou organização Atena, deusa da sabedoria) possui pequenas equipes que cooperam para resolver problemas, com bastante autonomia e flexibilidade. Um exemplo são as consultorias e empresas de tecnologia (serviços online e software). A cultura da pessoa (ou organização Dionísio, promotor da civilização) é formada em torno de indivíduos específicos sua existência promove as metas dos indivíduos (por exemplo, universidade ou escritórios de advocacia).

Assim, nenhuma das culturas é superior, e sim depende da atuação e estratégia da empresa.

Thomas J. Peters (1942-) guru de administração de empresas, gostava de dizer que era capaz de entrar numa empresa e em 15 minutos diagnosticar se os empregados estão satisfeitos ou não. Graduado em Engenharia Civil em 1965 pela Cornell University, estudou gestão na Stanford Business School, obtendo o seu MBA e doutoramento (PhD). Já trabalhou na Casa Branca (Administração Nixon), como consultor em abuso de substâncias (drogas), e como consultor de gestão na McKinsey & Company. No livro Em busca da Excelência, identifica oito temas que caracterizam a empresa excelente:

  1. O gerenciamento deve ser proativo na busca de novas ideias, em tomar decisões relevantes e depois manter as ações decorrentes da decisão;
  2. Aprender lições com o consumidor;
  3. Incentivar o empreendedorismo e a inovação por meio dos quais os “campeões” são apoiados e estimulados;
  4. Tratar a mão-de-obra como fonte de maior produtividade e como um valioso ativo;
  5. Colocar as “mãos na massa”, ou seja, envolvimento real e direto no gerenciamento cotidiano da empresa, garantindo que o gerenciamento jamais fique muito distante da realidade;
  6. Fazer aquilo que você sabe melhor, seguir suas competências e não arriscar em mercados além de sua especialidade;
  7. Priorizar por uma organização simples e despojada;
  8. Controlar o grau de liberdade que o gerenciamento deve conceder à força de trabalho (delegar tarefas para que o gerente não fique atolado em minúcias das práticas específicas do trabalho)

Já vi muitas dicas interessantes nessa área, mas considero essas bem sintéticas e interessantes. Caso tenha alguma sugestão, por favor utilize o espaço de comentários abaixo e compartilhe sua experiência.

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