Antigo Cemitério de Pistoia

O antigo cemitério de Pistoia fica na cidade de mesmo nome, próxima a Florença (norte da Itália, clique no link para ver mais sobre a cidade), conteve corpos dos membros da Força Expedicionária Brasileira mortos em ação durante a Segunda Guerra Mundial. Até 1962, repousavam os restos de 462 soldados, transferidos depois no Brasil. Hoje no local fica o túmulo do soldado desconhecido e o monumento votivo, inaugurado em 1967.

Mapa do avança da FEB na Itália – adaptado de Wikimedia, com fotos de ViniRoger.

Mesmo com problemas na preparação e no envio, a FEB treinada e equipada pelos americanos já na Itália e cumpriu as principais missões que lhe foram atribuídas pelo comando aliado. A força aérea também teve grande destaque, com início das operações em 31 de outubro de 1944, no aeródromo de Tarquínia – depois mudou-se para Pisa, mais perto da linha de ação, onde o Grupo permaneceu até o fim da guerra, ficando subordinado ao 350th Fighter Group da USAF. Dentre as batlhas lutadas pelo Brasil estão a de Monte Castello, Castelnuovo, Montese e Collechio Maiores informações sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial podem ser vistas no documentário “A cobra fumou” (abaixo) e na Wikipédia:

Dos 25.334 soldados que deixaram o Brasil para lutar na Europa, 467 não voltaram. Tombaram em combate nas montanhas dos Apeninos, região montanhosa da Itália central, onde se travaram inúmeras batalhas sangrentas entre as tropas brasileiras e as tropas nazistas que controlavam a área. Em memória a estes heróis nacionais, foi fundado em 1945 o cemitério militar brasileiro nas cercanias da cidade toscana de Pistoia.

Em 20 de junho de 1960, partiu para a Itália uma comissão presidida pelo marechal Oswaldo Cordeiro de Farias (que integrara a FEB como Comandante da Artilharia Divisionária), com a incumbência de proceder à exumação dos corpos sepultados no cemitério brasileiro de Pistoia e prepará-los para o translado para o Brasil. A comissão chegou ao Rio de Janeiro em 15 de dezembro de 1960, trazendo os corpos em caixas individuais de zinco, encerradas em urnas de madeira. Uma semana depois, as urnas foram transportadas para o Monumento e depositadas nos respectivos jazigos no Mausoléu em uma solenidade. Uma das urnas de mortos não identificados passou a simbolizar o “Soldado Desconhecido” e foi entregue pelo marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes, ao então presidente da República, Juscelino Kubitschek, que a depositou na base do Pórtico Monumental, onde se encontra até hoje. O Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial (popularmente conhecido como Monumento aos Pracinhas) localiza-se na cidade do Rio de Janeiro e foi projetado pelos arquitetos Marcos Konder Netto e Hélio Ribas Marinho.

Depois de quase 5 anos em que o terreno do antigo Cemitério foi deixado repousar para permitir a drenagem da terra, foram começados os trabalhos para a construção do Monumento Votivo do Cemitério Militar Brasileiro. Projetado por Olavo Redig de Campos, discípulo de Oscar Niemeyer, possui palavras motivadoras na entrada, em duas colunas de base triangular – veja mais nos links O Cemitério Militar de Pistoia e o Último dos Brasileiros Morto na Itália e Roteiro da FEB com fotos. Segue a localização do cemitério abaixo (Via delle Seiarcole, 27, logo apos a igreja de S. Rocco – Coordenadas 43,9449;10,9436):


Exibir mapa ampliado

Novelas

A história de um pracinha brasileiro apaixonado por uma italiana durante a Segunda Guerra Mundial é contada em música e na novela “O Rei do Gado”. Sua música tema é ainda muito lembrada: Mia Gioconda, cantada por Agnaldo Rayol e a dupla sertaneja Chrystian e Ralf, composta por Vicente Celestino. Ainda a respeito da trilha sonora, é muito presente um trecho da ópera Nabucco, de Giuseppe Verdi, conhecida como “O coro dos escravos hebreus” (Va, pensiero, sull’ali dorate, “Vai, pensamento, sobre asas douradas”), que tornou-se uma música-símbolo do nacionalismo italiano da época da ocupação austríaca (a música toca na segunda parte do vídeo). As músicas podem ser ouvidas na primeira parte do vídeo da novela “O Rei do Gado” e uma homenagem feita a esse trecho com a atuação de Raul Cortez (abaixo):


A novela da Rede Globo “O Rei do Gado” teve parte de sua primeira fase gravada na Itália. A novela conta o conflito de gerações entre as famílias Mezenga e Berdinazi, imigrantes italianos que fizeram fortuna no Brasil com criação de gado e plantações de café, respectivamente – a história real que serviu de inspiração pode ser vista no link para o jornal Folha de S. Paulo, Verdadeiro desafeto dos Mezengas é uma família de japoneses, e em uma entrevista no Roda Viva ao autor da novela, Benedito Ruy Barbosa. No vídeo acima tem cenas gravadas no cemitério de Pistoia e um resumo da história em que Bruno Berdinazzi morreu na guerra e somente sua medalha foi enviada para os pais, no Brasil. A equipe também viajou à cidade de Craco (sul da Itália), uma das regiões mais pobres da Itália. Lá, foram reconstituídas cenas de batalhas, com cerca de 300 figurantes – clique no link para ver a imagem aérea de Craco e dê zoom para visualizar as casas abandonadas ao longo da estrada.

As cidades onde foram gravadas cenas da novela Passione estão na região da Toscana e podem ser conhecidas no link “Passione” e suas cidades toscanas.

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