No dia 19 de fevereiro de 2025, em São Paulo, o canal Manual do Mundo realizou um experimento para testar a diferença de aquecimento entre dois carros idênticos, um branco e um preto, expostos ao sol. A temperatura ambiente estava em torno de 30°C às 10h da manhã, e o objetivo era verificar se o carro preto realmente esquenta mais do que o branco, e qual seria essa diferença na prática.
Metodologia
Foram alugados dois veículos idênticos, com o mesmo modelo, estofamento e ano de fabricação. Para medir o impacto do calor dentro dos carros, diversos objetos foram posicionados no interior, incluindo:
- Um termômetro, com o sensor fixado nas costas do banco do motorista.
- Um bastão de cola quente.
- Um pequeno barco impresso em 3D com plástico PLA.
- Uma estrutura de palitos colada com cola quente.
- Um pedaço de chocolate.
- Um ovo cru.
Antes do início do teste, os carros permaneceram abertos para equilibrar as temperaturas internas. Às 10h05, ambos foram fechados simultaneamente, e as medições começaram.

Resultados
Logo no início, já foi possível perceber diferenças significativas:
- Antes de fechar os carros, a temperatura interna do carro preto era 35,1°C, enquanto no branco era 30,9°C.
- Após 6 minutos, a diferença já chegava a quase 10°C.
- Com 25 minutos de exposição, o carro preto ultrapassou os 50°C, enquanto o branco ainda não apresentava sinais de derretimento da cola quente ou da parafina.
- Após aproximadamente 1 hora, a temperatura no carro preto alcançou 60°C, enquanto no branco estava cerca de 8°C mais baixa.
A análise térmica demonstrou que a superfície preta absorve muito mais calor, enquanto a branca reflete a luz solar. Esse efeito foi confirmado com camisetas deixadas ao sol, onde a temperatura da preta atingiu 46°C, enquanto a branca ficou em torno de 31°C.
Os vidros dos carros também desempenharam um papel importante no aumento da temperatura interna. A luz solar penetrou nos veículos e foi absorvida pelos painéis escuros, transformando-se em calor. Como o ar quente não tinha para onde escapar, criou-se um efeito estufa, fazendo com que a temperatura subisse rapidamente. Esse fenômeno explica por que a temperatura dentro dos carros ultrapassou em mais de 30°C a temperatura ambiente.
Por volta das 13h, o carro preto atingiu sua temperatura máxima registrada de 71°C, enquanto o branco chegou a 68,2°C. Ao abrir os veículos às 15h, foi possível observar os seguintes efeitos:
- A parafina derreteu completamente.
- A cola quente ficou gelatinosa e soltou objetos colados.
- O volante estava quente a ponto de queimar a mão.
- O chocolate amoleceu, mas não derreteu completamente.
- O ovo dentro do carro branco ficou parcialmente cozido, enquanto o do carro preto atingiu um estado quase sólido, com a gema completamente endurecida.
Conclusão
O teste confirmou que o carro preto esquenta significativamente mais do que o branco, mantendo-se cerca de 8°C mais quente em média ao longo do experimento. Esse resultado tem implicações práticas importantes:
- Em cidades quentes, carros escuros exigem mais do ar-condicionado, aumentando o consumo de combustível ou energia elétrica.
- Temperaturas internas extremas podem ser perigosas, especialmente para crianças e animais de estimação deixados dentro dos veículos.
- Pequenos objetos podem derreter ou se deformar em temperaturas superiores a 60°C, o que pode causar danos aos interiores dos carros.
Por fim, o experimento mostrou de maneira clara e visualmente impactante como a escolha da cor do carro pode influenciar no conforto térmico e no consumo energético, reforçando a importância de considerar esse fator ao comprar um veículo, especialmente em regiões quentes.