Na madrugada de 26/08/2024, um forte sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter abalou Portugal, sendo o mais intenso registrado no continente desde 1969. O epicentro localizou-se ao largo de Sines às 05:11, com o tremor sentido em várias regiões do país, principalmente ao longo do litoral do distrito de Setúbal e na área entre Lisboa e Cascais, junto ao rio Tejo.
Muitas pessoas relataram terem acordado devido ao tremor, embora só mais tarde tenham percebido que se tratava de um sismo. No momento do abalo, a CNN Portugal transmitia ao vivo o programa “CNN Novo Dia”, quando o estúdio começou a tremer e as luzes oscilaram, o que obrigou a intervenção de técnicos para garantir a segurança do local e a continuidade da emissão.
Após o sismo principal, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) registou pelo menos quatro réplicas de baixa magnitude, variando entre 0,9 e 1,2, que não foram percebidas pela população. O IPMA começou a recolher relatos sobre o evento para desenvolver uma estratégia eficaz em futuros sismos. Mais tarde, a Proteção Civil esclareceu que não houve risco de tsunami, uma vez que só se emitem alertas para sismos de magnitude igual ou superior a 6,0. Três horas após o evento, a Proteção Civil entrou em fase de monitorização, sem necessidade de ativar os planos especiais, destacando que a situação estava dentro da capacidade operacional normal.
Causas dos Terremotos em Portugal
Sismos em Portugal ocorrem principalmente devido à localização do país próximo à fronteira entre as placas tectônicas Euroasiática e Africana. Essas placas estão em constante movimento, e sua interação pode gerar tensões geológicas que se acumulam ao longo do tempo. Quando essa energia acumulada é liberada, ocorre um terremoto. A região sul de Portugal, especialmente a zona de Lisboa e Algarve, é mais suscetível a terremotos devido à proximidade com esta zona de convergência entre as placas.
Além disso, Portugal é influenciado pela Fossa da Azores-Gibraltar, uma falha tectônica significativa que se estende ao longo do fundo do oceano Atlântico, ao sul da Península Ibérica. Movimentos ao longo dessa falha podem gerar sismos significativos que afetam a região.
O grande terremoto de 1º de novembro de 1755 foi um dos mais devastadores e importantes eventos sísmicos da história europeia. Este terremoto foi causado pela movimentação das placas tectônicas ao longo da Fossa da Azores-Gibraltar. Acredita-se que o epicentro do sismo tenha sido localizado no Oceano Atlântico, a cerca de 200 km a sudoeste do Cabo de São Vicente, na costa sul de Portugal. A magnitude estimada do terremoto varia entre 8,5 e 9,0 na escala de Richter.
As consequências do terremoto de 1755 foram catastróficas. Lisboa, a capital portuguesa, foi severamente danificada, com cerca de 85% dos edifícios destruídos, incluindo palácios, igrejas, e outros marcos importantes. A cidade sofreu um grande incêndio que durou vários dias, agravando ainda mais a devastação. Além disso, o terremoto gerou um enorme tsunami que atingiu as costas de Portugal, Marrocos e até mesmo o sul da Inglaterra, causando mais destruição e perda de vidas.
Estima-se que entre 30.000 a 50.000 pessoas morreram como resultado direto do terremoto e do tsunami em Lisboa, com números adicionais em outras partes de Portugal e além. O impacto psicológico e social foi profundo, influenciando debates filosóficos e religiosos sobre o mal e a natureza dos desastres naturais. O evento também levou a significativas reformas urbanísticas em Lisboa, incluindo a reconstrução da cidade sob a orientação do Marquês de Pombal, que introduziu novos métodos de construção mais resistentes a sismos.