O Museo Casa de la Moneda, em Madrid, é um espaço cultural e histórico que oferece aos visitantes um mergulho no mundo da cunhagem de moedas e na história monetária da Espanha. Localizado no edifício da antiga Casa de la Moneda, que foi o local de produção de moeda oficial do país, o museu ocupa um prédio histórico que data do século XVIII.
A Casa de la Moneda foi estabelecida em Madrid em 1869 e operou na produção de moedas até 1969, quando a produção foi transferida para uma instalação mais moderna. O museu foi inaugurado em 1983 e desde então tem como missão preservar e exibir a rica herança monetária espanhola.
Ao visitar o museu, os espectadores podem ver uma vasta coleção de moedas que abrangem milhares de anos de história, desde os tempos pré-romanos até as moedas contemporâneas da União Europeia. Além das moedas, o museu exibe também medalhas, documentos históricos e equipamentos antigos utilizados na cunhagem.
Um dos destaques do museu é a seção que mostra o processo de cunhagem, com máquinas antigas e ferramentas que ajudam a ilustrar como as moedas eram feitas no passado. Há também uma área dedicada à tecnologia moderna de cunhagem e à produção de moedas atuais.
Visitação e acervo
O prédio foi construído em estilo neoclássico, com vitrais em algumas janeas e no teto do último andar. Nele que estão as salas temáticas, cuja primeira é uma área de exposições temporárias. E exposição permanente começa com moedas expostas para explicar os materiais e elementos que são formadas.
Na sequência, as peças são apresentadas seguindo a história da moeda desde as suas origens (primeiras cunhagens em eletro, do século VII a.C.), passando pelas séries grega e romana, que exibem importantes exemplares como as moedas cunhadas em Siracusa, Atenas, Egina, etc., e chegar até as primeiras emissões da república romana. É destacável a coleção de moeda hispânica, com exemplares procedentes, em sua maioria, da antiga coleção Gómez Moreno.
Quanto ao período medieval, o Museu oferece uma significativa mostra das cunhagens de ouro dos reis suevos e visigodos e uma ampla representação das emissões islâmicas na Península, assim como dos reis cristãos durante a Reconquista. As séries de moeda moderna e contemporânea abrangem desde os Reis Católicos até as atuais emissões do euro. Por sua beleza e significação histórica, destacam-se os excelentes e ducados dos Reis Católicos. Assim como os reais de a oito, moeda universalmente aceita até o século XIX, e as onças de ouro. Podem contemplar-se também as emissões do Governo Provisório, que estabeleceu a peseta como unidade do sistema monetário espanhol.
O museu possui uma valiosa amostra de papel-moeda, que permite conhecer a história política, econômica e cultural de cada país emissor. Desde uma antiga nota chinesa do século XIV feita de casca de amoreira, até aquelas fabricadas com a mais sofisticada tecnologia. A coleção oferece exemplares interessantes, como notas espanholas do século XIX, notas emitidas pelo Congresso Continental dos Estados Unidos com o respaldo do peso espanhol ou duro, notas coloniais, notas de emergência alemãs do período entre guerras ou notas do russo Revolução.
Sobre o papel-moeda (cédulas ou notas), elas estão expostas com uma luz bem fraca, visando sua melhor preservação. Inclusive existe uma parte em que as notas estão guardadas em um armário com folhas verticais e um sistema automático de movimento, onde basta apertar um botão para expor as notas de interesse. Seguindo a visita, estão uma parte dedicada às medalhas e um grande salão com maquinário antigo para a confecção das peças da Casa da Moeda, finalizando a parte de Numismática.
O Museu também possui uma seção de Filatelia na qual reúne todas as emissões de selos postais espanhóis impressas desde a sua criação em 1850, além dos elementos utilizados na sua fabricação: desenhos originais, placas, provas de estado, serrilhados, etc. Parte do acervo está exposto em paineis e parte guardado em gavetas que podem ser abertas manualmente pelos visitantes para observação. O Museu possui ainda cerca de 2.000 cartas com marcas pré-filatélicas dos séculos XVIII e XIX, anteriores ao aparecimento e utilização do selo postal. São também mais de 4.000 papéis carimbados, selos do Estado, punções, matrizes, documentos completos, folhas soltas, cabeçalhos recortados, etc.
La Casa de Papel
A série de televisão espanhola “La Casa de Papel” se tornou um fenômeno global após ser adquirida e distribuída pela Netflix. Criada por Álex Pina, a série acompanha um grupo de ladrões que realizam assaltos audaciosos sob a liderança de um estrategista conhecido como “O Professor”. Na trama, o grupo de assaltantes invade a casa da moeda com o objetivo de imprimir bilhões de euros sem serem descobertos.
Um dos locais centrais da série é a fictícia “Casa da Moeda da Espanha”, que na realidade é o edifício do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), com uma estrutura arquitetónica muito similar mas que fica em uma área de acesso restrito. O CSIC é a agência estatal que desenvolve e promove a investigação para o progresso científico e tecnológico, que simula ser o edifício da “Fábrica Nacional de Moneda y Timbre” (FNMT).
Em sua segunda parte, a série muda o cenário para o “Banco da Espanha”, uma instituição financeira real que é o equivalente ao banco central do país. Na ficção, o grupo liderado por “O Professor” planeja um novo assalto, desta vez visando a reserva de ouro do banco. Enquanto o Banco da Espanha é uma instituição real e tem uma sede imponente em Madrid, a trama da série é puramente fictícia e envolve uma série de eventos dramáticos que desafiam as leis da realidade para criar tensão e entretenimento.
Na realidade, a fachada do Banco de Espanha onde tem lugar o novo assalto não é a do banco nacional, mas sim a do Ministério de Fomento, situado na zona de Nuevos Ministerios. Veja mais sobre os lugares de gravações da série nas matérias do Es Madrid e do UOL.