Astrônomos podem ter detectado um fenômeno atmosférico raro em um exoplaneta distante, WASP-76 b. Conhecido como “glória”, ele foi sugerido como a causa de uma diferença peculiar entre os horizontes matinais e noturnos do planeta.
Glórias são comuns na Terra, ocorrendo quando a luz passa por gotículas atmosféricas estreitas, criando anéis concêntricos de cores semelhantes a um arco-íris circular. As partículas atmosféricas devem ser quase perfeitamente esféricas, completamente uniformes e estáveis o suficiente para serem observadas por um longo tempo – como as de neblina. A estrela próxima do planeta também precisa brilhar diretamente para ele, com o observador na orientação correta.
A primeira glória além da Terra foi vista em Vénus em 2014 e foi gerada por partículas de ácido sulfúrico e não por água. A largura e o espaçamento do anel são determinados pelo tamanho das gotículas que curvam a luz – as gotículas menores em Vênus criam franjas mais largas.
WASP-76 b é um gigante gasoso superquente com uma atmosfera inflada devido à proximidade com sua estrela hospedeira. Estudos anteriores mostraram que o planeta tem um lado diurno permanentemente iluminado e um lado noturno permanentemente sombreado, com uma química atmosférica complexa e chuva metálica no lado noturno.
Os pesquisadores utilizaram observações do Satélite de Caracterização de Exoplanetas (CHEOPS) da ESA e do Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA, juntamente com dados do Hubble e do Spitzer, para estudar o comportamento da luz do planeta ao longo de sua órbita. Eles descobriram um brilho extra inesperado pouco antes de o planeta passar por trás de sua estrela, o que pode indicar a presença de nuvens no horizonte noturno, sugerindo a possibilidade de um efeito de glória.
Mais pesquisas são necessárias para confirmar se esse brilho extra é realmente uma glória e entender melhor a atmosfera e a circulação do planeta. Observações futuras, incluindo aquelas do Telescópio Espacial James Webb e da missão Ariel da ESA, podem ajudar a confirmar a presença desse fenômeno atmosférico raro em exoplanetas.
Fontes
