Sevilha

Sevilha é a capital da Andaluzia, região sul da Espanha. Com suas as estreitas ruas e belos pátios, seu centro histórico é visitado por milhões de turistas todos os anos. Acredita-se que Sevila foi fundada pelos tartessos, concretamente os turdetanos, cerca do século XIII a.C., com o nome de “Hispal”, e depois foi ocupada pelos fenícios e cartagineses.

Vista de Sevilha a partir da Giralda na direção do Real Alcázar. Foto: ViniRoger
Vista de Sevilha a partir da Giralda na direção do Real Alcázar. Foto: ViniRoger

As tropas romanas comandadas pelo general Cipião Africano chegaram no ano 206 a.C., derrotaram os cartagineses e tornaram-se nos seus sucessores no sul peninsular. O general não tinha confiança na cidade, devido ao carácter agressivo e violento dos cartagineses, e decidiu fundar uma cidade num local próximo mas ao mesmo tempo afastada, para evitar beligerâncias — é assim que nasce Itálica, atualmente em ruínas. Os romanos latinizaram o nome da cidade e chamaram-lhe Híspalis.

Mosaicos de pisos de casas romanas em Itálica. Foto: ViniRoger
Mosaicos de pisos de casas romanas em Itálica. Foto: ViniRoger

Sobre o Conjunto Arqueológico de Itálica, atualmente está localizada no atualmente município de Santiponce, vizinho de Sevilha. Suas ruínas, abertas para visitação, são acessíveis através do ônibus M-170 que parte do terminal de Plaza de Armas. Dentre as construções que pode-se visitar, estão:

  • Anfiteatro Romano: um dos maiores do mundo romano, com capacidade para cerca de 25.000 espectadores. Foi construído no século I d.C. e era usado para espetáculos como lutas de gladiadores e corridas de bigas. Já foi cenário do seriado Game of Thrones
  • Cidade Romana: incluem várias estruturas, como casas, banhos, templos, praças e ruas pavimentadas. Algumas das áreas residenciais têm mosaicos bem preservados, revelando a riqueza e o esplendor da vida urbana romana.
  • Casa de los Pájaros (Casa dos Pássaros): Uma das casas mais bem preservadas em Itálica, a Casa de los Pájaros é notável pelos seus belos mosaicos, que retratam pássaros e outros motivos ornamentais.
  • Termas Romanas: Itálica também possui vestígios de termas romanas, que eram essenciais para a vida cotidiana na época romana. As termas incluíam salas de banho quente e frio, áreas de exercício e espaços sociais.
  • Templo de Trajano: Embora pouco reste deste templo, sua localização e alguns vestígios arqueológicos indicam a presença de um templo dedicado ao imperador Trajano.
Anfiteatro Romano de Itálica. Foto: ViniRoger
Anfiteatro Romano de Itálica. Foto: ViniRoger

Em 426, Híspalis foi tomada pelos vândalos, com Gunderico como líder. Um século depois, os vândalos foram substituídos pelos visigodos e, com Recaredo, Sevilha alcançou um grande esplendor. Depois da invasão muçulmana da Península Ibérica em 711, Sevilha converteu-se, junto com Córdoba, numa das cidades mais importantes do ocidente europeu.

Foram os mouros que lhe deram o nome de Ishbiliya, que derivou depois em Shbiya, para terminar no nome atual. Nesta época, a sua riqueza cultural cresceu enormemente graças à cultura árabe enquanto estava na dependência do Califado de Córdoba, convertendo-se na mais importante de Al-Andalus. Os cristãos reconquistaram a cidade em 1248 durante o reinado de Fernando III de Castela.

No século XV, foi construída a Catedral de Sevilha, uma das maiores catedrais góticas do mundo. Em seu interior, o esplendor do Altar Maior e o túmulo de Cristóvão Colombo são destinos imperdíveis para os visitantes em busca de conexão com o passado glorioso da cidade. Outro ponto de destaque é a Giralda: torre com quase 100 metros de altura usada para abrigar os sinos da catedral, cuja maior parte era o minarete da Grande Mesquita de Sevilha.

Interior da Catedral de Sevilha, no local do túmulo de Cristóvão Colombo (esq.), e Giralda. Fotos: ViniRoger
Interior da Catedral de Sevilha, no local do túmulo de Cristóvão Colombo (esq.), e Giralda. Fotos: ViniRoger

A conquista do Novo Mundo em 1492 foi muito significativa para a cidade, que se converteria no primeiro porto de saída europeu para a América. Os reis fundaram a “Casa de Contratación” (Casa da Contratação, atualmente o Arquivo das Índias, com parte do prédio aberto à visitação). Era em Sevilha que se dirigiam e contratavam as viagens, se controlavam as riquezas que chegavam da América e este era o principal porto de ligação.

Próximo dali, a Giralda, antigo minarete transformado em campanário, ergue-se como um farol de orientação, proporcionando vistas panorâmicas deslumbrantes sobre a cidade e além. Descendo pelas ruas movimentadas, está o Real Alcázar de Sevilha: um complexo palaciano originalmente construído no século X durante a ocupação muçulmana da região, com jardins exuberantes. Ao longo dos séculos, o palácio foi ampliado e renovado por diferentes governantes, combinando estilos arquitetônicos islâmicos, mudéjar, góticos, renascentistas e barrocos. Aqui também foram gravadas cenas do seriado Game of Thrones.

Jardins do Real Alcázar de Sevilha. Foto: ViniRoger
Jardins do Real Alcázar de Sevilha. Foto: ViniRoger
Interiores do Real Alcázar de Sevilha: Salón de Embajadores e Baños de Doña María de Padilla. Fotos: ViniRoger
Interiores do Real Alcázar de Sevilha: Salón de Embajadores e Baños de Doña María de Padilla. Fotos: ViniRoger

Sevilha também é lar da Plaza de España, uma obra-prima arquitetônica da Exposição Ibero-Americana de 1929, que combina elementos renascentistas e mouriscos em um cenário impressionante de azulejos coloridos e canais navegáveis. Este é um lugar onde os viajantes podem perder-se em contemplação, absorvendo a beleza e grandiosidade da arquitetura.

Plaza de España. Foto: ViniRoger
Plaza de España. Foto: ViniRoger

O Metropol Parasol, mais conhecido como “Las Setas de la Encarnación“, é uma construção de madeira na praça La Encarnación inaugurado em 2011. A estrutura consiste em seis guarda-sóis com a forma de cogumelos (“setas”), de grandes dimensões, cujo desenho se inspira nas abóbadas da catedral de Sevilha e dos ficus da praça Cristo de Burgos, próxima do local. O piso subterrâneo contém o Antiquarium, onde há vestígios arqueológicos romanos e árabes em exibição; o piso 1, térreo, é o mercado central; os pisos 2 e 3 são terraços panorâmicos, com luzes cromáticas que se acendem a noite.

Las Setas de la Encarnación. Foto: ViniRoger
Las Setas de la Encarnación. Foto: ViniRoger

À medida que o sol se põe sobre o rio Guadalquivir, o bairro de Triana ganha vida, com suas ruas animadas, tabernas vibrantes e a ponte de Triana, um ícone que conecta as margens da cidade. É aqui que se pode saborear a autêntica cultura sevilhana, com dança flamenca, música ao vivo e tapas deliciosas – para conhecer mais sobre a tradição de tapas, veja mais no vídeo do link.

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