Coimbra é uma cidade situado no centro de Portugal, sede distrito de Coimbra, conhecida como Aeminium na época dos romanos. Ganhou importância durante a Idade Média, especialmente após a transferência da corte para lá durante parte do período da Reconquista Cristã.
Durante séculos, foi um centro cultural e educacional proeminente, abrigando uma das mais antigas universidades da Europa, a Universidade de Coimbra, fundada em 1290, que desempenhou um papel crucial na disseminação do conhecimento e da cultura em todo o país. Ela possui uma série de prédios e construções históricas que refletem sua longa história e importância cultural. Dentre os principais, localizados no topo de uma colina junto ao centro histórico, estão:
- Paço das Escolas: Este complexo abriga os edifícios mais emblemáticos da universidade, incluindo a Torre da Universidade, a Capela de São Miguel, a Sala dos Capelos (onde são realizadas cerimônias acadêmicas) e a Biblioteca Joanina, além da Porta Férrea, que dá acesso ao restante da Universidade.
- Biblioteca Joanina: Uma das mais belas bibliotecas do mundo, a Biblioteca Joanina é famosa por sua opulência barroca. Construída no século XVIII, abriga uma coleção impressionante de livros antigos e raros, em um ambiente ricamente decorado com madeira entalhada, pinturas e detalhes dourados.
- Colégio de Jesus: Este edifício, parte integrante da universidade, foi fundado no século XVI e é um exemplo notável da arquitetura renascentista em Portugal. Abriga a Capela de São Miguel, uma obra-prima do estilo manuelino, e o Museu de Ciência da Universidade de Coimbra. Lá está também o Gabinete de Curiosidades, inaugurado em 2022 com um acervo de objetos “estranhos” e invulgares que pela sua beleza e caracter enigmático despertam a curiosidade – veja mais nessa galeria da National Geographic.
O Jardim Botânico também pertence à Universidade de Coimbra. Fundado em 1772, é um dos mais antigos jardins botânicos do mundo ainda em funcionamento. Localizado na colina da Alta de Coimbra, o Jardim Botânico abriga uma vasta coleção de plantas, incluindo espécies tropicais, subtropicais e nativas de Portugal.
O centro de visitantes da Universidade de Coimbra vende ticketes incluindo (ou não) diferentes prédios, com diferentes valores. O Jardim Botânico é aberto gratuitamente ao público. A Biblioteca Joanina está somente nos “pacotes” mais caros e não é permitido fotografar nem filmar no salão principal.
Embora não seja parte integrante da universidade, a Sé Velha é uma das construções mais antigas e significativas da cidade. Construída no século XII em estilo românico, exibe elementos góticos e manuelinos e possui um notável claustro e um museu de arte sacra. A Sé Nova essa fica junto da Universidade.
Além de seu legado histórico, Coimbra é também uma cidade vibrante, com uma vida cultural efervescente. Os estudantes universitários contribuem para uma atmosfera jovem e dinâmica, enquanto eventos culturais, festivais de música e teatro mantêm a cidade animada ao longo do ano.
Como município, Coimbra é uma área diversificada, que combina o charme histórico da cidade com a beleza natural do seu entorno. A região envolvente é marcada por paisagens deslumbrantes, incluindo as margens do rio Mondego e as serras circundantes, oferecendo oportunidades para atividades ao ar livre, como caminhadas, ciclismo e observação da natureza. Para chegar de trem (ou comboio), existe a estação Coimbra-B (fora da cidade, mas que está melhor integrada à rede de trilhos) e Coimbra (parte de Coimbra-B como um ramal, contendo apenas essa estação).
A uma distância de uns 20 km do centro de Coimbra na direção sudoeste, estão as Ruínas de Conímbriga, um importante sítio arqueológico. Trata-se de uma antiga cidade romana que floresceu entre os séculos I a.C. e VII d.C., sendo um dos mais bem preservados vestígios da presença romana na Península Ibérica.
A história de Conímbriga remonta ao período pré-romano, quando era habitada por tribos celtas. Com a chegada dos romanos à região no século II a.C., a cidade foi gradualmente romanizada e tornou-se um importante centro urbano e comercial na província romana da Lusitânia.
As escavações em Conímbriga começaram no final do século XIX, mas foi apenas na década de 1930 que as investigações arqueológicas sistemáticas começaram sob a direção do arqueólogo Virgílio Correia. Entre as principais construções e características das Ruínas de Conímbriga, destacam-se:
- Casa dos Repuxos: Uma das residências nobres mais bem preservadas de Conímbriga, caracterizada por seus belos mosaicos decorativos e um sistema de tanques de água e fontes, que podem ser acionadas inserindo uma moeda.
- Termas: Conímbriga possui extensas termas romanas que demonstram a importância dos banhos públicos na vida cotidiana dos habitantes da cidade. As termas incluem salas de banho quente e frio, áreas de relaxamento e instalações para exercícios físicos.
- Fórum: Coração político, social e econômico de Conímbriga, o fórum era uma praça pública cercada por edifícios administrativos, lojas e templos. É um dos locais mais imponentes e bem preservados das ruínas.
- Anfiteatro: Localizado nos arredores da cidade, o anfiteatro de Conímbriga era o local de entretenimento onde ocorriam espetáculos públicos, como lutas de gladiadores e apresentações teatrais.
- Casas: Além da Casa dos Repuxos, Conímbriga apresenta uma variedade de casas de diferentes tamanhos e estilos arquitetônicos, que proporcionam insights sobre a vida doméstica e social dos habitantes romanos.
Na entrada do complexo, ainda existe um museu, um café e o estacionamento. Nas Termas do Sul, junto a uma área livre conhecida como “Arena”, existem restos de uma ocupação anterior a dos romanos. Em outros pontos, ainda seguem projetos de mais escavações.
Piódão
Mais a leste e ainda no distrito de Coimbra (concelho de Arganil), está a freguesia de Piódão. Conhecida por suas pitorescas casas de xisto, com telhados de ardósia escura e janelas e portas pintadas de azul, Piódão parece ter saído diretamente de um conto de fadas. Suas ruas estreitas e sinuosas serpenteiam pelas colinas, proporcionando vistas deslumbrantes da paisagem montanhosa ao redor.
O xisto é uma rocha resistente e durável, capaz de resistir às intempéries e ao passar do tempo. As casas de xisto construídas há séculos ainda estão de pé em muitas regiões de Portugal, testemunhando a longevidade desse material de construção. A abundância de xisto na região tornava-o uma escolha prática e econômica para a construção de casas, pois não era necessário transportar grandes quantidades de material de construção de outras áreas. Ele é um material naturalmente isolante, capaz de manter o interior das casas fresco no verão e quente no inverno.