Educação financeira

A Educação Financeira é o processo através do qual as pessoas e a sociedade melhoram seu entendimento dos conceitos e produtos financeiros. O conhecimento da utilização consciente dos recursos tempo e dinheiro na vida dos indivíduos perante gastos e investimentos promove melhor bem estar da pessoa, da família e da sociedade. Vejamos alguns conceitos e atitudes a serem assumidas quando o assunto é dinheiro (baseado no material produzido pelo Banco Central do Brasil).

Educação financeira começa desde criança, em casa, e continua na escola! Afinal, ninguém nasce sabendo. Fonte: Folha de São Paulo http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/02/1232225-educacao-financeira-chega-ao-ensino-basico.shtml
Educação financeira começa desde criança, em casa, e continua na escola! Afinal, ninguém nasce sabendo. Fonte: Folha de São Paulo.

A possibilidade do equilíbrio das finanças, preparo para enfrentar imprevistos financeiros e para a aposentadoria, redução da possibilidade de cair em fraudes e o preparo do caminho para a realização de sonhos são algumas formas de como a educação financeira pode melhorar sua qualidade de vida. Muitas vezes falta a visão clara do caminho a ser percorrido entre o sonho e a sua realização. Ou seja, é necessário assumir uma posição ativa para transformar os sonhos em projetos, e projetos envolvem planejamento e etapas de execução. Além disso, sua meta deve ser bem definida, com o máximo de detalhes possíveis, e estabelecer as consequências desse objetivo em sua vida e das pessoas que o cercam.

O orçamento pessoal é uma ferramenta fundamental para cuidar melhor de suas finanças, pois permite o planejamento de como irá gastar o seu dinheiro. Ele permite conhecer sua real situação financeira, definir prioridades, identificar e entender seus hábitos de consumo, organizar sua vida financeira e patrimonial, administrar imprevistos e minimizar riscos de interromper o consumo e cortes no orçamento. Para isso, siga esses quatro passos:

  1. Anote suas despesas: reserve uma pequena parte do seu tempo para registrar todos os seus gastos diários (valor, onde gastou e meio de pagamento) e torne isso um hábito;
  2. Agrupe as despesas: separe as despesas e receitas em categorias ao final do mês e a cada 3 ou 6 meses, para perceber onde está gastando (ou ganhando) mais dinheiro. Uma sugestão: Habitação, Alimentação, Saúde, Educação, Transporte, Vestuário, Lazer e Financeiro.
  3. Seja prudente: verifique se o que está recebendo está sendo suficiente para cobrir suas despesas. Se não for suficiente, estude alternativas para solucionar esse problema. Você pode querer aumentar suas receitas, diminuir suas despesas, ou mesmo fazer os dois. Talvez seja necessário modificar seus hábitos.
  4. Planeje o próximo mês: com base nos meses anteriores, procure elaborar um orçamento, estimando as receitas e as despesas ao longo do próximo mês. Não esquecer gastos típicos de cada mês, como matrícula escolar, IPTU, IPVA, e receitas extras, como o 13º salário.

Reduzindo gastos

Toda vez que gasta com algo que não lhe oferece qualquer retorno, por menor que seja, você desperdiça seu dinheiro. Os exemplos são muitos, como comprar um alimento e deixar estragar, ser multado no trânsito, pagar contas em atraso (ou perder algum desconto), pagar a academia e não frequentá-la, pagar um curso e não estudar, comprar algo sem utilidade só porque estava em promoção. Existe também o desperdício de água (vazamentos, deixar a torneira aberta enquanto escova os dentes, banhos muito demorados…), energia elétrica (deixar luz e equipamentos eletrônicos ligados e sem uso), gás, alimentação (comer em restaurante que cobra por quilo e não comer tudo do prato), compras desnecessárias e contas pagas com multa. Se sobrar algum dinheiro que não esteja usando, guarde-o na poupança para juntar e definir sua utilização em algum projeto.

Com relação a compra com pagamento à vista, peça desconto. Se for compra a prazo, cuidado com os juros e o aumento do valor do total da compra (geralmente vale mais guardar o dinheiro na poupança até ter o suficiente para pagar à vista com desconto). Controle o impacto das parcelas em seu orçamento, e fuja de sistemas que cobram juros altos, como cartões de crédito. Caso utilize cartão de crédito, escolha uma operadora que não cobre anuidade pelo serviço prestado e que cobre a menor taxa de juros, caso você necessite pagar menos que o total da fatura, mas busque pagar sempre o total da fatura (e sempre em dia).

Crédito

Quando você faz um empréstimo ou financiamento em uma instituição financeira, muitos consideram isso um dinheiro extra. Na verdade, você está fazendo uma dívida que deverá ser paga, inclusive com os juros, que são definidos na contratação. Leia atentamente o que está escrito no contrato, e não confie em qualquer pessoa ou instituição para emprestar esse dinheiro. Deverá ocorrer diminuição do seu limite de consumo futuro, pois parte de sua renda ficará comprometida com o pagamento das parcelas. Faça um controle rígido do orçamento para suas dívidas não descontrolarem: corte gastos e desperdícios, aumente a receita (o 13º muitas vezes ajuda nos gastos de início de ano), converse sobre tudo com a família. Caso seja necessário, renegocie ou opte por um empréstimo com juros menores para pagar o financiamento de maior custo. Priorize o pagamento dos credores, para suas dívidas não aumentarem.

Poupança

Poupar nada mais é que acumular dinheiro no presente para utilizá-lo no futuro. Ter despesas menores que os rendimentos significa que você está com um resultado financeiro positivo e, portanto, tem condições de poupar. Você deve poupar para superar imprevistos, o que muitas vezes exige dinheiro para contorná-los; aproveitar oportunidades de consumo, por exemplo, adquirindo bens e serviços por valores menores; promover ações empreendedoras, como abrir o próprio negócio; comprar um imóvel ou outros bens de valor elevado sem precisar recorrer ao financiamento, ou financiando um valor menor; realizar sonhos educacionais ou de lazer que envolvam despesas extras; ter uma aposentadoria mais tranquila financeiramente.

Mas não adianta guardar o dinheiro embaixo do colchão! A inflação desvaloriza o dinheiro parado. Para manter seu poder de compra, o dinheiro deve ficar guardado em uma aplicação que faça seu montante aumentar de modo a, pelo menos, compensar a inflação. Dependendo da quantidade de dinheiro, podem ser feitos diferentes investimentos, como caderneta de poupança, Certificado de Depósito Bancário (CDB), títulos públicos e fundos de investimento – veja essas e mais opções no post Como investir seu dinheiro? O mais importante é que poupar se torne realmente um hábito: poupe regularmente e aplique com sabedoria!

Um pouco sobre o livro “Pai Rico, Pai Pobre”

Para enriquecer, a pessoa deve cuidar de seus negócios, ou seja, pensar mais em como ganhar dinheiro para si em vez de ganhar dinheiro para o patrão ou para o governo. Deve-se pagar a si mesmo primeiro, ou seja, guardar um dinheiro para investir antes, e não pagar os outros primeiros e ver se sobrou alguma coisa depois. Um bom administrador deve saber gerir seu dinheiro, as pessoas e instituições envolvidas com seu dinheiro e o seu próprio tempo.

Basicamente, deve-se controlar as despesas e aumentar a coluna de ativos em seu balanço patrimonial. Existem brechas na lei que permitem pagar menos impostos, e os ricos fazem isso. Por exemplo, ganhar dinheiro como pessoa jurídica (PF) pode reduzir os impostos pagos em vez de recebê-lo como pessoa física.

No que diz respeito aos ativos, um critério é que eles gerem receita para você, e não despesas. Por exemplo, um imóvel alugado gera renda, mas se só tiver que pagar consertos e impostos, não. Ou seja, deve-se fazer o dinheiro trabalhar para você. Desse modo, você tem o controle da sua situação financeira. Outra coisa: um bom lucro começa com uma boa compra, então deve-se buscar o momento certo de comprar algo e também o de vendê-lo.

Um embate comum que se dá ao investir dinheiro é o da segurança (medo de perder) e o risco (desejo de ganhar). Geralmente, os maiores ganhos e as maiores perdas envolvem mais riscos. E quanto mais vezes arriscar, mais vezes vai ganhar e mais vezes vai perder. O que se deve fazer é analisar bem antes de investir e depois também, mantendo o foco e o equilíbrio. Assim, aprende-se com os erros, fazendo sua derrota inspirar uma nova vitória. A preguiça e o medo podem ser preguiçosos; um pouco de ambição faz bem para sair da zona de conforto.

O autor desse livro cirou o jogo Cashflow, que pode ser jogado online ou comprado em tabuleiro.

4 comments

  1. E aí, garoto, beleza?

    Uma perguntinha:

    Amigos meus, além de poupar uma graninha, pagam previdência privada. Segundo eles, é uma ótima opção pelo fato de dar mais tranquilidade no futuro, o que pra mim não faz muito sentido. Enfim, qual é a sua opinião sobre a previdência privada?

    Abraços, cara!

    1. Bem lembrado, William! A previdência privada tem os planos VGBL e PGBL (nele, o valor pago ao plano pode ser abatido no Imposto de Renda desde que esse valor represente até 12% de sua renda bruta anual). Porém, são cobradas taxas e o rendimento muitas vezes acaba sendo inferior ao da poupança. Isso sem contar alguns contratos que acabam engessando o investidor de resgatar parte do dinheiro (ou cobrando mais uma taxa pra isso). Lembra muito aquela questão de trabalhar sem carteira assinada e ganhar mais (e investir esse dinheiro extra da maneira que lhe for melhor, de modo a render mais e aumentar o capital) ou trabalhar com carteira assinada e descontar uma parte para INSS/FGTS da vida (e confiar no governo que dali 30 anos vão pagar a aposentadoria). Abraços!

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