É cada vez mais comum falar em computação e armazenamento na nuvem, mas o que isso signfica? E por que utiliza-se o termo “nuvem” para sua designação?
Nossos computadores e celulares permitem guardar muitos arquivos, como documentos de texto, fotos, vídeos e programas. Eles também permitem rodar programas realizarmos nossas atividades, como editores de texto, navegadores web e jogos. Mas e se o espaço acaba, ou uma falha causa a perda dos arquivos? E se a máquina não tiver recursos suficientes para rodar essas atividades?
O armazenamento e a computação em nuvens são respostas para esses questionamentos. Todos os seus dados continuam armazenados em um local físico, mas ele é transmitido do seu aparelho para um computador de uma empresa especializada nessa tarefa, chamado de servidor. Falando de forma bem grosseira, a nuvem é como uma espécie de “HD online” que pode ser acessado de qualquer lugar e até de diferentes aparelhos, guardando dados ou até ajudando a rodar aplicativos (nesse último caso, é como se tivesse um computador inteiro em outro lugar para seu uso). É uma solução cada vez mais usada devido a sua praticidade, segurança e custo.
Durante a década de 1960, os conceitos iniciais de compartilhamento de tempo de uso em máquinas (“time-sharing”) se popularizaram via RJE (“Remote Job Entry”, ou entrada de trabalho remoto), que é o procedimento para enviar solicitações de tarefas de processamento de dados não interativas (“jobs”) para computadores de estações de trabalho remotas – e o recebimento das saídas desses comandos. O modelo de “data center” onde os usuários enviavam tarefas para os operadores executarem nos mainframes (maiores que computadores convencionais mas não a ponto de serem supercomputadores) da IBM era predominante.
Na década de 1990, as empresas de telecomunicações, que anteriormente ofereciam principalmente circuitos de dados ponto a ponto dedicados, começaram a oferecer serviços de rede privada virtual (VPN) com qualidade de serviço comparável, mas a um custo menor. Ao alternar o tráfego como achassem adequado para equilibrar o uso do servidor, elas poderiam usar a largura de banda geral da rede com mais eficiência.
Então, as empresas de telecomunicações começaram a usar o símbolo da nuvem para denotar o ponto de demarcação entre o que o provedor era responsável e o que os usuários eram responsáveis. A computação em nuvem estendeu esse limite para cobrir todos os servidores, bem como a infraestrutura de rede. À medida que os computadores se tornaram mais difundidos, cientistas e tecnólogos exploraram maneiras de tornar o poder de computação em larga escala disponível para mais usuários por meio do compartilhamento de tempo. Eles experimentaram algoritmos para otimizar a infraestrutura, plataforma e aplicativos, para priorizar tarefas a serem executados por CPUs e para aumentar a eficiência dos usuários finais.
O uso da metáfora da nuvem (“cloud”) para serviços virtualizados mais antigo registrado data da General Magic em 1994, onde era usada para descrever o universo de “lugares” que os agentes móveis no ambiente Telescript podiam ir. Conforme descrito por Andy Hertzfeld:
“The beauty of Telescript is that now, instead of just having a device to program, we now have the entire Cloud out there, where a single program can go and travel to many different sources of information and create a sort of a virtual service” (A beleza do Telescript é que agora, em vez de apenas ter um dispositivo para programar, agora temos toda a nuvem disponível, onde um único programa pode ir e viajar para muitas fontes diferentes de informação e criar um uma espécie de serviço virtual)
O uso da metáfora da nuvem é creditado ao funcionário de comunicações da General Magic, David Hoffman, com base no uso de longa data em redes e telecomunicações. Além do uso pela própria General Magic, também foi usado na promoção dos Serviços PersonaLink associados da AT&T.
O termo cloud computing, que veio a ser traduzido para computação em nuvem, foi usado pela primeira vez em 1996 por engenheiros da Compaq descrevendo modelos de negócio do futuro. Eric Schmidt, então CEO da Google, falou em 2006 que a tal nuvem era algo emergente e popularizou o termo.
Desde então, o termo nuvem é usado como uma metáfora para a internet, com base no desenho da nuvem usado no passado para representar a rede telefônica e, posteriormente, para descrever a Internet em diagramas de rede de computadores como uma abstração da infraestrutura subjacente que ela representa.
Grandes serviços de computação em nuvem foram criados, Em julho de 2002, a Amazon criou a subsidiária Amazon Web Services. Em abril de 2008, o Google lançou a versão beta do Google App Engine. Em fevereiro de 2010, a Microsoft lançou o Microsoft Azure. Entenda mais sobre computação em nuvem no post AWS para principiantes.
Fontes
- Tecmundo – O que é a nuvem e por que você deve assinar um plano de armazenamento
- Wikipedia – Cloud Computing
- Levy, Steven (April 1994). “Bill and Andy’s Excellent Adventure II”. Wired. Disponível em: https://www.wired.com/1994/04/general-magic/
- Computerworld – Where did ‘cloud’ come from?