O império russo começou a ser formado com Ivan III (o grande) encerrando o tratado que submetia Moscou ao domínio mongol e através da unificação de povos eslavos no século XV. Na sequência, Ivan IV (o terrível, e também foi o primeiro Czar), venceu os Tártaros e tomou a cidade de Kazan. Para comemorar o feito, ordenou a construção da catedral de São Basílio, em Moscou. Outro grande nome da história russa foi Pedro I, da casa real de Romanov, que decidiu “ocidentalizar” a Rússia e construir uma nova capital com saída para o mar Báltico: São Petersburgo. Catarina II (a grande) expandiu o império até o Alasca, e Alexandre III entregou a ferrovia Transiberiana (rede ferroviária conectando a Rússia Europeia com as províncias do Extremo-Oriente Russo, Mongólia, China e o Mar do Japão). Mais detalhes da formação do império russo podem ser obtidas nesse documentário do History Channel: Construindo um Império – Rússia.
No século XIX, houve a libertação dos servos, ou seja, muitas terras passaram para as mãos dos camponeses. Porém, sem o devido treinamento administrativo e incentivos do governo, muitos perderam as terras para seus antigos senhores feudais. Com a morte do czar Alexandre III, seu filho, Nicolau II, assume o poder para se tornar o último czar de uma dinastia com mais de 300 anos.
Em 1905, uma série de greves e protestos forçou o governo a massacrar parte da população. Começou então a convocar as Dumas, como um órgão consultivo sem muito poder político, cujas decisões deviam ser feitas após discussão entre vários pequenos e fracos partidos políticos. Nesse mesmo ano, os trabalhadores começaram a organizar o Partido Social Democrata, que viria a se tornar o Partido Comunista. Também surgiram os Soviets, que eram algo entre um sindicato e uma assembleia, formadas pelo próprio povo. Segundo palavras de Trotsky, “o soviet é um embrião de um governo revolucionário. Ele organiza a imprensa livre, as patrulhas de rua para a segurança dos cidadãos, cuida dos correios, das ferrovias. A primeira onda da próxima revolução fará surgir soviets em todo o país”.
Em 1914, a Rússia entrou na 1ª Guerra Mundial, mesmo estando defasada tecnologicamente e taticamente. Muitos morreram e as revoltas aumentaram, somando-se também o fato de que a maioria dos recursos e alimentos eram destinados às frentes de batalha e a população foi ficando cada vez mais na miséria. O exército começou a se recusar a combater a própria população revoltada e entrar numa guerra aparentemente sem fim e com muitas baixas. Assim, Nicolau abdica ao trono e começam as disputas políticas. Alguns pensadores e atuantes políticos voltam do exílio, como Lenin, Trotsky e Stalin. Junto, vieram suas ideias socialistas e a explicação marxista da economia (veja o artigo sobre O Capital).
- Stalin (Iossif Vissarionovitch Djugashvili) (1879-1953): foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comitê Central a partir de 1922 até a sua morte em 1953, sendo assim o líder da União Soviética. Desempenhou um papel decisivo na derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial e fez a URSS atingir o estado de superpotência, após rápida industrialização e melhoras nas condições sociais do povo soviético.
- Lenin (Vladimir Ilyitch Uliánov) (1870-1924): responsável em grande parte pela execução da Revolução Russa de 1917, líder do Partido Comunista, e primeiro presidente do Conselho dos Comissários do Povo da União Soviética. Influenciou teoricamente os partidos comunistas de todo o mundo.
- Trotsky (Lev Davidovich Bronstein) (1879-1940): foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, organizador do Exército Vermelho e rival de Stalin na tomada do PCUS à morte de Lenin. Defendia a revolução permanente e internacional para atingir o real comunismo.
Lenin e Trotski lideraram os bolcheviques na conscientização dos trabalhadores para uma revolução armadas e tomar o poder. O governo provisório começou a adotar alguma exigências desse grupo visando acalmar a população. Kerenski, o então líder do país, continuava tentando tirar a Rússia da Grande Guerra, até que em 1917 estourou a Revolução Russa. Trotsky formou a guarda vermelha, começaram a ocupar os pontos estratégicos, e Kerensky fugiu em um carro da embaixada dos EUA. Assim, Lenin tornou-se líder do país.
Com o fim da 1ª Guerra Mundial, mandaram executar a família real (chamaram seus integrantes para tirar uma foto no subsolo e atiraram neles). Outros países e grupos políticos começaram a combater o exército vermelho (por exemplo, parte dos cossacos, um povo muito famoso pela sua coragem, bravura, força e capacidades militares). Essa guerra civil durou até 1920. Como as fortificações de Moscou eram melhores, a capital foi transferida para lá. O governo começa a apoderar-se dos meios de produção e coletivizar as terras.
O inimigo exército branco estava concentrado em Kiev (capital da atual Ucrânia), porém conseguiram ocupá-la. Também marcharam até Vladvostok, no extremo leste da Ásia, e formaram a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1922.
Lenin morreu em 1924 e foi embalsamado para permitir que a população de vários cantos do país pudesse visitá-lo por vários dias. Seu corpo ainda encontra-se em exposição ao lado do Kremlin de Moscou (veja várias fotos e um infográfico aqui). Ele foi o mentor dos Gulags (prisões onde eram realizados trabalhos forçados, muitas vezes em regiões remotas como a Sibéria). O filme “Caminho da liberdade”, baseado no livro autobiográfico do oficial do exército polonês Slamovir Rawicz, conta a história de como um grupo de refugiados saiu de um gulag na Sibéria e viajou mais de 6.500 quilômetros até a Índia em busca de liberdade, atravessando neve e deserto e ultrapassando seus limites.
Stálin assumiu o poder no lugar de Lenin, e Trotsky, que virou seu adversário político por querer continuar a Revolução em âmbito mundial, fugiu para o México. Trotsky morou com diego Rivera, pintor socialista mexicano e casado com Frida Kahlo. Stálin tentou apagar Trotsky da história, adulterando fotos e livros, mas também organizou a economia e fortaleceu a industrialização, infra estrutura e exército. A economia comunista é baseada em forte planejamento e execução estatal, o que também acabou gerando uma forte burocracia e consequente lentidão das atividades econômicas com o passar dos anos.
Em 1939, Stálin mandou o minsitro de relações exteriores, Viatcheslav Mikhailovitch Molotov, para negociar o pacto de não agressão com a Alemanha nazista. Funcionou até 1941, quando a Alemanha, inimiga dos eslavos e comunistas, invadiu a União Soviética. O nome do coquetel Molotov tem sua origem dada pelos finlandeses durante a invasão da Finlândia pela União Soviética na Guerra de Inverno em 1939. O então comissário de Relações Exteriores afirmou em programas de rádio que os soviéticos não estavam jogando bombas sobre os finlandeses, e sim lhes fornecendo alimentos. Esses últimos passaram a chamar suas bombas de cesto de pães de Molotov, e a denominar suas bombas artesanais de “Coquetéis Molotov”.
Com o fortalecimento dos bolcheviques nos anos que antecediam a Revolução de 1917, houve a necessidade de criar uma organização que pudesse defender os interesses dos sovietes contra os monarquistas. Assim, Félix Dzerzhinski fundou o grupo paramilitar denominado Tcheka, instituição que seria a matriz de todos os serviços secretos da URSS. Depois se vincularam ao estado, sob a sigla OGPU, e pretendia assegurar o domínio do Partido Comunista sobre o país, através do afastamento de políticos suspeitos do poder, e da execução de críticos e pessoas de influência. Com o início da Segunda Guerra Mundial, surge o NKVD, que atuava além das fronteiras. Esses serviços evoluíram com o final da Segunda Guerra Mundial, no período da Guerra Fria, surgindo o Komitet gosudarstvennoi bezopasnosti (ou KGB): Comité de Segurança do Estado. A KGB foi uma combinação de operações secretas no estrangeiro unificadas às funções de uma polícia federal. Valdimir Putin, ex-agente e chefe dos serviços secretos soviético, foi eleito 1° ministro em 1999 e tornou-se presidente da Rússia em 2000.